Domingo, 11 de Janeiro de 2009

Para mais do mesmo ...

Novo encontro marcado para 7 de Fevereiro
Presidentes dos Conselhos Executivos “adiam” possibilidade de pedir demissão 
10.01.2009 - 19h54 Graça Barbosa Ribeiro, in Público
 

Os presidentes dos conselhos executivos de 139 escolas do país, reunidos em Santarém para definir estratégias contra a “pressão do Governo” de que se sentem vítimas, decidiram hoje, por consenso, “adiar o pedido de demissão”. Num primeiro momento vão solicitar uma audiência à ministra da Educação a fim de pedir a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores. A análise da resposta e de outras medidas a tomar será feita numa segunda reunião, marcada para 7 de Fevereiro.

De acordo com Rosário Gama, presidente do CE da Secundária Infanta D. Maria – uma das 20 escolas que convocaram o encontro de hoje – a proposta de pedido de demissão por parte de todos os PCE não chegou a ser votada. “Concluímos, por consenso, que se nos demitíssemos estaríamos a ‘deixar sem rede’ os colegas que nos elegeram”, explicou, considerando que “facilmente” o Governo os “substituiria por dirigentes não eleitos e menos capazes de apoiar os professores na luta contra este modelo de avaliação”.

 

Este movimento de Conselhos Executivos merece, de todos os professor, uma palavra de reconhecimento e apreço pela disponibilidade e um apelo a que mais escolas se juntem no próximo encontro.

Quanto ao conteúdo das decisões ficaram , ligeiramente, aquém das expectativas.

Acenar com a possibilidade de demissão e, fundamentar que não o fazem porque seriam facilmente substituídos e que representam melhor os colegas, é uma carta aberta para a certeza que o ME precisa ... Solicitar a suspensão do modelo de avaliação, já 140 mil professores o fizeram nas avenidas da capital.

Esperávamos mais firmeza e linhas de acção mais concretas. Talvez, com mais representantes, na próxima reunião...

publicado por Margarida às 15:03

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Quinta-feira, 25 de Setembro de 2008

Manifesto contra Acordo Ortográfico

Os signatários do Manifesto em defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico reiteraram hoje, em sessão da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República, a necessidade de suspender o diploma para que seja revisto.

O eurodeputado Vasco Graça Moura, Maria Alzira Seixo, Jorge Morais Barbosa e António Emiliano foram recebidos apenas por duas deputadas do PS (Teresa Portugal e Isabel Pires de Lima).

Os restantes partidos representados na Assembleia da República faltaram à chamada, mas tal facto não desanimou os signatários do documento, que desvalorizaram a questão.

"Acredito que por outras razões de agenda os deputados foram impedidos de aparecer, como me acontece a mim por vezes enquanto deputado europeu. A documentação relevante foi distribuída a todos os membros da comissão. Estamos convencidos que a ausência dos deputados possa ser suprida pelo facto de os elementos estarem todos à disposição deles", disse Vasco Graça Moura aos jornalistas no final da sessão.

"O Acordo está cheio de vícios e erros, e torna-se necessário suspendê-lo, a fim que seja revisto", defendeu o eurodeputado Vasco Graça Moura, durante a sessão.

"Está em questão um acordo ratificado à socapa - porque ninguém deu por isso -, que não tem um único parecer especializado a seu favor", acrescentou.

in, Lusa

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publicado por Margarida às 19:36

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Domingo, 21 de Setembro de 2008

Vítima de incesto com cumplicidade dos pais

 

Margarida nasceu no seio de uma família simples da Beira Alta. Pai agricultor, mãe doméstica e dois irmãos mais velhos. Nunca lhe deixaram faltar nada. Em casa havia o essencial, até os maus tratos tão comuns entre as famílias que conhecia.

Quando entra na pré-adolescência o seu corpo de criança começa a revelar formas de uma jovem e bela rapariga. Era assediada pelos rapazes, mas nunca levou nenhum muito a sério. Os namoricos foram apenas os típicos da idade. Lá em casa, contudo, as coisas começaram a ser diferentes. O irmão do meio começou a molestar e a intimidar Margarida.

Com pouco mais de 12 anos, começa a ser sistematicamente procurada pelo irmão que a obrigava a ter relações sexuais. Foi ameaçada, violada mas nunca conseguiu falar do assunto com ninguém. O pânico, o medo e a tristeza apoderou-se de tal forma dela que os comportamentos foram-se alterando.

Em 2003, o pai atravessava uma fase difícil, as dificuldades financeiras começaram a surgir e as manifestações de violência a aumentarem. Pese isso, mãe e pai eram cúmplices de uma indiferença em relação aos filhos que Margarida queria falar, mas tinha um nó na garganta. Em casa vivia horrores. A escola era a fuga e acabou também por ser a solução para o desenrolar de uma história que nunca terá final, muito menos feliz.

Uma professora começou a dar nota de estranhos comportamentos da sua aluna do 7º ano. Abordou Margarida e dias depois convence-a a fazer um teste de gravidez. Então com 13 anos, ficou horrorizada. Sentia algo estranho na barriga, tal como tudo em si era estranho nos últimos meses, mas grávida?!

O "segredo" foi primeiro revelado ao irmão. "Lembro-me que apenas lhe disse, 'tenho um filho teu na barriga, e agora?'", recorda Margarida. O molestador terá ficado apático e nada disse. Margarida ganha então coragem e acaba por contar a toda a história ao presidente do Conselho Executivo da escola.

A mãe é chamada. Margarida diz que esta apanhou um "susto" e que apenas se preocupava com aquilo que o pai poderia fazer. E ela, que estava grávida do irmão?! Que ia fazer agora?! Como poderia a mãe estar preocupada com o pai?! Como poderia não saber já do que se passava se lá em casa era tudo tão evidente?!

 

A ESCOLA sempre como um porto seguro onde as situações mais complicadas e delicadas acabam por ter solução.

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publicado por Margarida às 12:35

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Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008

Resolução do problema que impedia a contratação de professoras em licença de maternidade

A FENPROF denunciou publicamente este problema, de contornos inconstitucionais, contactou órgãos de soberania, apoiou juridicamente as professoras em causa e quando, na Direcção Geral de Recursos Humanos da Educação, conseguiu estabelecer uma linha para intervenção directa nas escolas onde o problema surgia, as escolas tiveram de alterar o seu procedimento, passando a celebrar os contratos a que estavam obrigados com as professoras nelas colocadas, mas que se encontravam em licença de maternidade.

 

Só que o número de casos não parou de aumentar e, na sequência das colocações efectuadas no âmbito da "1ª Cíclica", a FENPROF detectou novas situações deste tipo.

Contactada a DGRHE no sentido de ser divulgada uma informação geral que evitasse a abordagem caso a caso, foi ontem (18/09/2008), finalmente, conhecida a Circular B080629842, de 17-09-2008 que esclarece no seu ponto 4º, que tendo em conta a especificidade dos ciclos de colocação anual de pessoal docente subordinados ao calendário escolar, "as docentes em situação de licença de maternidade, colocadas para o próximo ano escolar, 2008/2009, e com ou sem contrato em 31 de Agosto p.p., mas a serem remuneradas da respectiva licença por maternidade pela anterior escola onde iniciaram a licença, deve fazer a aceitação da colocação obtida para o ano escolar de 2008/2009, no prazo legalmente estabelecido e informar a escola da situação de licença por maternidade. A Escola observa o direito ao período remanescente da licença por maternidade procedendo à respectiva remuneração".

 

Com esta solução, a FENPROF considera resolvido o problema e congratula-se por ter sido decisiva a sua acção para que tal acontecesse.

O Secretariado Nacional da FENPROF
18/09/2008

 

Deixo aqui uma palavra de apreço pela acção da Fenprof.

A acção diligente dos sindicatos contra a prepotência política é cada vez mais permente para a normalização e defesa dos direitos dos cidadãos, nesta nova ordem do capitalismo neoliberal.

publicado por Margarida às 11:03

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Quinta-feira, 11 de Setembro de 2008

Circular que impede a celebração de contratos de trabalho em período de licença de maternidade

 

No ponto B pode ler-se com clareza o que para a maioria parece inacreditável.

 

 
"3. O pagamento da remuneração durante a totalidade do período da licença por Maternidade não impede o termo dos respectivos contratos, com aplicação de todos os
Efeitos do ponto de vista laboral, só podendo ocorrer retoma da actividade profissional, ou seja, o estabelecimento de nova relação jurídica de emprego, no sector público ou no privado, no fim do período da respectiva licença ou em data anterior, se o gozo daquela for feito cessar por declaração expressa, junto do serviço responsável pelo pagamento da remuneração, data em que este pagamento deverá, então, cessar.
 
Onde andam os sindicatos!!!!!!

 

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publicado por Margarida às 08:27

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Sexta-feira, 5 de Setembro de 2008

Contratadas lesadas por engravidar

No momento em que José Sócrates anunciava novos incentivos à maternidade, o Ministério das Finanças divulgava uma circular que limita o direito das mulheres a renovar contratos a prazo durante o período de gozo da licença de maternidade.

 
Eva é professora contratada há oito anos, tantos quantos adiou o sonho de ser mãe. Julgando-se protegida pelas novas medidas do Governo, decidiu engravidar. O filho tem agora dois meses; ela usufrui, actualmente, do segundo dos cinco meses de licença de maternidade a que tem direito. Mas a situação, afinal, é incompatível. Resultado: perdeu o lugar na escola onde havia sido colocada.
"Se quisesse trabalhar, teria de renunciar à licença de maternidade. Para ficar com o meu filho, fiquei sem a colocação", explica numa carta que endereçou ao grupo parlamentar do CDS-PP.
(…)
Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado(STE), admite não ter conhecimento de nenhum caso concreto, mas condena igualmente "a ilegalidade da circular que contraria as disposições legais que protegem o direito à maternidade".
A legislação é clara: no momento de assinar o contrato de trabalho, a docente deve estar em condições de o exercer. Se não estiver, não o pode aceitar. A lei é extensível à administração pública.
"Mas os professores são os mais prejudicados", volta Mário Nogueira. "Numa segunda fase de concurso, a docente lesada pode não conseguir colocação, ficando desempregada. Se for colocada, pode não ter horário completo ou para o ano lectivo inteiro. Ou pode ficar colocada numa escola cuja distância não a favoreça".

In, JN

publicado por Margarida às 22:03

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Segunda-feira, 1 de Setembro de 2008

NOVA LÍNGUA PORTUGUESA

 

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos  'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado!
 
As
criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber menção de 'auxiliares de apoio doméstico’.

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os '
contínuos 'passaram todos a 'auxiliares da acção educativa'.  
Os
vendedores de medicamentos,  com  alguma prosápia, tratam-se  por 'delegados de informação médica'.
 
E pelo mesmo processo transmudaram-se os
caixeiros-viajantes em  'técnicos de vendas'.
 
O
aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
 
Os
gangs étnicos são 'grupos de jovens'
 
Os
operários  fizeram-se de  repente 'colaboradores';

As
fábricas, essas, vistas de dentro são  'unidades produtivas'e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
 
O
analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante.
 
Desapareceram dos comboios as
1.ª e 2.ª classes, para não ferir a  susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se  preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
 
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou
mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
 
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes
crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'

  Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas  escolares extinguiram os
alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.

Ainda há
cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem  não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio,  como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)

  As
putas passaram a ser 'senhoras de alterne'.
 
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em '
implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.

E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.                    

Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma  'politicamente correcta'.  
E na linha do modernismo linguístico, como se chama uma mulher que tenta destruir a educação em Portugal?  
 

Ministra!  
publicado por Margarida às 13:13

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Quarta-feira, 4 de Junho de 2008

Quando a cidadania precisa de Manual... I

Recomendações do Fórum da Educação para a cidadania

 

Assegurar a Educação para a Cidadania Global como uma componente do currículo de natureza transversal, a desenvolver em todas as áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, ao longo de todos os ciclos de ensino, é uma das principais recomendações apresentadas no documento “Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania”, elaborado pela comissão de redacção do Fórum Educação para a Cidadania.

 

No âmbito do núcleo de reflexão Problemática da Cidadania na Escola, integrado no Fórum, as recomendações apontam para a identificação de um núcleo de competências essenciais a desenvolver transversalmente em todo o currículo, tendo em conta três eixos fundamentais: postura cívica individual, relacionamento interpessoal e relacionamento social e intercultural.

 

A adopção de um referencial pedagógico que inclua conteúdos concretos e constitua orientação geral para a área de Formação Cívica é outra das recomendações inseridas no documento, que salienta a importância da abordagem de temáticas relevantes na sociedade contemporânea, nomeadamente das que incidem sobre o consumo responsável, a segurança humana e os média.

Defende-se, igualmente, a abordagem de questões relacionadas com a Educação para a Cidadania Global na Área de Projecto, na medida em que esta área curricular não disciplinar favorece a articulação dos saberes de diversas áreas curriculares, quer ao nível da reflexão sobre os direitos humanos, quer no que respeita às questões emergentes na sociedade actual.

 

Para que a escola se assuma enquanto espaço privilegiado de exercício da cidadania, salienta-se a importância das vivências de cidadania, consubstanciadas na identificação das falhas no funcionamento do estabelecimento de ensino e no desenvolvimento de processos partilhados de resolução que permitam ultrapassá-las, com benefício para toda a comunidade educativa.

 

Neste sentido, as escolas devem conceber os seus projectos educativos como projectos de cidadania global, que impliquem vivências de exercício da cidadania nos diferentes espaços curriculares, disciplinares e não disciplinares, bem como nos contextos extracurriculares e não formais.

 

publicado por Margarida às 19:50

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Sábado, 5 de Abril de 2008

Valor, Contexto e Arte

De facto!

Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Um sujeito entra na estação do metro, vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, na hora de ponta matinal. Durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro,copo de café na mão, telemovel no ouvido, crachá balançando no pescoço,indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de marca.

 

 

Via email: Alexandre Reis

publicado por Margarida às 23:34

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Quinta-feira, 27 de Março de 2008

No meu tempo não era assim

Uma não menos verdade, mas com graça!

 

 

 

publicado por Margarida às 18:02

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Quarta-feira, 26 de Março de 2008

Vozes dissidentes... O País calado!

É cada vez mais importante ouvir estas vozes dissidentes. Lentamente, muito lentamente... começam a aparecer.

Finalmente, o PS está a acordar da letargia.

Ana Benavente

Professora universitária, militante do PS

 

1.

Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual governo. Não pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.

 

Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas do poder, sente que ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato.

Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando críticas ocasionais.

 

2.

Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante que temos vivido? Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho?

Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira?

Foi o que aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda não tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou professora?

Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)?

Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres?

Criar mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e, não, "marcar" uma consulta?

Ouvir o senhor ministro das Finanças (os exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que "nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" as negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos.

Um "jogo"?

Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos regimes democráticos.

 

3.

Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz. Será?

Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou como uma questão que nos diz respeito a todos?

Que sabemos nós desta presidência?

Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de Lisboa?

Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão?

Que novas cidadanias?

Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e dos antigos membros da Europa?

Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das prestações dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares?

Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza?

Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.

 

 

4.

Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? que espectáculo!". "No primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os bilhetes...", acrescentava outro líder, este de esquerda. E o país, onde fica?

Que informação asseguram os deputados aos seus eleitores?

De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora.

 

Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática, claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos relevante?

É assim que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que "as pessoas estão primeiro"?

 

 

5.

Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar). Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há palhaços". E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento. Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP, empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos cidadãos castigados!

 

 

O país cansa!

Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes.

Movimentos cívicos...procuram-se (já há alguns, são precisos mais). As anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!

 

 

 

Via e-mail, pelo que não posso confirmar a autoria deste texto atribuído a Ana Benavente.

De qualquer forma, merece uma leitura e uma reflexão. Este é, realmente, o triste quadro da realidade política portuguesa.

 

publicado por Margarida às 13:40

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