Por todas as escolas o cenário repete-se: Conselhos Pedagógicos confrontados com a absurda exigência de, em 20 dias - até 26 de Fevereiro - aprovarem os instrumentos de registo.
Contra todas as vozes, o processo tem de avançar.
Apesar do parecer do Conselho das Escolas, das posições que lentamente todas as escolas vão fazendo chegar ao ME, o processo entrou na fase de "Auto de Fé".
Voltámos a ler e reler as orientações da presidente do Conselho Científico e perguntamos: mas que instrumentos? A Escola decide?
E que tempo é dado à reflexão?
Porque a actividade principal dos professores será sempre a de ensinar os seus alunos e não, a de avaliar professores, este, talvez seja o tempo de parar e jogar o jogo de quem dita as regras.
Instrumentos de registo?
Pensemos nas grelhas de avaliação do ME. E se pensarmos, também, numa pequena adaptação?
Ei-los! Belos instrumentos de registo! Para que se tornem mais exactos faltará uma coluna para registar o valor/frequência.
Todos conhecemos esta classe de profissionais e sabemos que se orientam por princípios de perfeccionismo, mas também sabem, certamente, ser só inteligentes...
Afinal, a montanha pariu um rato. Era previsível...
Grelhas! São as que já conhecíamos.
Recomendações! Estas?!
Há, certamente, um grande equívoco.
O que vejo no documento da Senhora Presidente do Conselho Científico sem elementos são considerações, evidentes, sobre teoria e pricípios da avaliação. É um documento que sugere a reflexão teórica sobre o assunto, que me parece fundamental, mas como deve ter percebido, não temos tempo...
Vence a prepotência e a falta de bom senso que é uma forma de vencer no imediato. Os resultados a médio e longo prazo revelarão os verdadeiros derrotados...
Quanto aos professores, é lamentável, mas serão apenas números que olharão para a sua sala de aula e, não irão ver crianças e jovens, mas apenas percentagens.
Esta será a escola humanizada, pós Decreto Regulamentar nº 2/08.
(...)
A diferênça, face ao que estava previsto no diploma que fixou as regras para a análise do desempenho dos docentes é que as recomendações não virão do Conselho de 21 elementos - que na prática ainda não existe -, mas da sua presidente: a ex-directora-geral da Educação, Conceição Castro Ramos.
"Houve de facto um atraso na publicação do diploma com a orgânica do Conselho Científico", admitiu o secretário de Estado, Jorge Pedreira. "Apesar de em termos formais, essas recomendações não serem obrigatórias para que as escolas dêem início ao processo, decidiu-se que a presidente do Conselho Científico, em funções há vários meses, faz as recomendações". in, DN
Palavras para quê?
E haverá palavras para qualificar o desnorte completo a que chegou esta equipa que se diz tutela dos professores e da Educação?
Educação é prioritária ao transferir competências
"A Educação será o sector prioritário na transferência de competências para os municípios. Esta foi a garantia dada, ontem, à Associação Nacional de Municípios, Portugueses (ANMP) por José Sócrates, durante a reunião convocada pelo chefe do governo. Aos autarcas foi prometido, para a próxima semana, a entrega de um diploma sobre a matéria, para que o Conselho de ministros a aprove a 7 de Fevereiro (a data foi dita de forma precisa, segundo confirmou Rui Solheiro, da ANMP, ao JN). A urgência tem um motivo, Sócrates quer as novas regras em funcionamento já no próximo ano lectivo - em Setembro." JN
Nada é deixado ao acaso, até a data da aprovação é definitiva... Fim de discussão!
Ocorre-me uma ideia perversa, recordar aqui a constituição do Conselho Geral, novo órgão da futura gestão das escolas.
Como é óbvio, uma coisa nada tem a ver com a outra...
Página da DGHRE
Na próxima sexta-feira serão divulgadas, na página do ME, as fichas de avaliação dos docentes. A contagem dos prazos definidos no artigo 34º do Decreto Regulamentar nº 2/2008 iniciar-se-á na data de divulgação, na internet, das recomendações do Conselho Científico para a Avaliação de Professores.
Segundo o definido no artigo 9º do decreto regulamentar nº 2/08, os objectivos individuais são fixados por acordo entre o avaliado e os avaliadores, tendo por referência os seguintes itens:
a) A melhoria dos resultados escolares dos alunos;
b) A redução do abandono escolar;
c) A prestação de apoio à aprendizagem dos alunos, incluindo aqueles com dificuldades de aprendizagem;
d) A participação nas estruturas de orientação educativa e dos órgãos de gestão;
e) A relação com a comunidade;
f) A formação contínua adequada ao cumprimento de um plano individual de desenvolvimento profissional do docente;
g) A participação e a dinamização:
i) De projectos e ou actividades constantes no plano anual de actividades e dos projectos curriculares de turma;
ii) De outros projectos e actividades extracurriculares.
Partindo do princípio que após a análise realizada às turmas constatamos que, o nível apresentado pelos alunos se encontra aquém dos indicadores de referência fixados pela escola, a definição dos objectivos individuais do docente, no que respeita ao item - melhoria dos resultados escolares dos alunos - reflectirá isso mesmo. Neste caso, a proposta de objectivos poderá apresentar valores inferiores aos definidos no projecto educativo da escola, acompanhados da respectiva fundamentação.
Até este ponto não existirão grandes dificuldades, falta, no entanto, conseguir convencer os avaliadores a aceitar os valores apresentados pelo docente.
Numa situação de não aceitação da proposta de objectivos individuais apresentada pelo avaliado e, não existindo acordo, ninguém duvida que os alunos terão os resultados fixados pelos avaliadores...
Outras matérias a fixar no Regulamento Interno
Auto-avaliação
A observação* referida no número anterior implica a utilização de instrumentos de registo normalizados referidos no artigo 6° do Decreto Regulamentar nº2/08.
a) Relatórios certificativos de aproveitamento em acções de formação;b) Auto-avaliação;c) Observação de aulas;d) Análise de instrumentos de gestão curricular;e) Materiais pedagógicos desenvolvidos e utilizados;f) Instrumentos de avaliação pedagógica;g) Planificação das aulas e instrumentos de avaliação utilizados com os alunos.
Excelente – de 9 a 10 valoresMuito Bom – de 8 a 8,9 valoresBom – de 6,5 a 7,9 valoresRegular – de 5 a 6,4 valoresInsuficiente – de 1 a 4,9 valores
Relatório da OCDE sobre EDUCAÇÃO
O que o ministério sabe, mas esconde cobardemente, de forma a virar os portugueses menos esclarecidos contra os que trabalham, dia a dia, para dar um futuro melhor aos filhos dos outros.
"Os PROFESSORES em Portugal não são assim tão maus..."
Consulte a versão (2006) do Education at a Glance, publicado pela OCDE .
Se for à página 58 verá demonstrada a convicção generalizada de que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que, no estrangeiro não é assim. É apresentado no estudo o tempo de permanência na escola, onde os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos de permanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis, gregos, italianos, austríacos, franceses, dinamarqueses, luxemburgueses, checos, islandeses e noruegueses!
No mesmo documento de 2006 pode verificar, na página 56, que os professores portugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários!
Na página 32 poderá verificar que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB, estamos num modesto 19º lugar (em 31 países) e que estamos em 23 lugar (em 31 países), quanto ao investimento por aluno.
E isto, o M.E. não manda publicar...Não tem problema. Já estamos habituados a fazer todos os serviços. Nós divulgamos para que se conheça a verdade.
Janeiro de 2008 dia 10, terá sido o dia "D" definido pelo CHEFE para vincar o início da avaliação dos professores?
Só assim se compreende a demora na publicação de um documento que, no essencial, se limita a transcrever o já preceituado no Estatuto da Carreira Docente.
Nesta altura, já uma parte significativa do ano lectivo decorreu, mas isso não interessa nada, façámos todos de conta...
Cumprir é a palavra de ordem, mas não só, vamos juntar-lhe objectivos, resultados, tabelas, relatórios, planificações, auto-avaliação...tudo a bem do sucesso.
Os professores e as escolas cumprirão, escrupulosamente, cada alínea de todos os artigos da cartilha, a bem do sucesso, mas alguém se esqueceu de informar que estão condenados ao insucesso. A nota será, invariavelmente, 7.
Mas não basta, é necessário que os professores titulares avaliadores confirmem, "in loco", o nosso insucesso.
É nesta fase que voltamos aos horários. As direcções executivas procuram, desesperadamente, encaixar no horário do professor avaliador todas as aulas a que este terá de assistir. Será que vão encontrar horas livres para todas as situações?
Este será, certamente, um novo constrangimento que as comissões de horários terão de considerar na elaboração dos horários do próximo ano lectivo.
Aqui fica o apelo aos senhores responsáveis pelo programa de horários gp-untis, que faz os horários na minha escola e em mais 650 espalhadas pelo país. Precisámos, com urgência, de uma função "mágica" para este problema...
Qual deles??
Então não se está mesmo a ver?
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. Educação
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. Estatuto da Carreira Docente
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. Legislação / Escolas
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