Domingo, 28 de Dezembro de 2008

Crianças entre os 10 e os 13 anos são quem mais lê em Espanha

As crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos são quem mais lê livros em Espanha, o que representa 81,9 por cento daquela faixa etária, indica uma sondagem da Federação de Grémios de Editores de Espanha.

 

Trata-se de uma percentagem elevada, que segundo a sondagem realizada no sexto trimestre consecutivo situa em 53,9 por cento o índice de leitura entre a população maior de 14 anos.

Segundo o estudo, 65,5 por cento das crianças entre os 10 e os 13 anos lê diária ou semanalmente, enquanto que 16,4 por cento são leitores ocasionais, que lêem um livro por mês ou por trimestre, e 59 por cento lê porque gosta.

A sondagem salienta ainda que 74,5 por cento ds crianças embrenhadas na leitura são filhos de pais leitores, 8,3 por cento lembra como muitas noites o pai ou a mãe liam aos filhos antes de dormirem.

Cerca de 94 por cento dos pais espanhóis entende que a leitura é "imprescindível" na educação dos seus filhos, se bem que só um terço lê com eles todos ou quase todos os dias, segundo o Anuário do Livro Infantil e Juvenil 2008 das Ediciones SM.

Xosé Ballesteros, director da editorial Kalandraka, aponta como uma das razões que explicam o auge da leitura entre os mais jovens, o facto de serem filhos de uma geração de pais e mães amantes de livros, com uma bagagem cultural e um poder de compra maiores. In, Lusa.

 

O que faltará para nos aproximarmos destas percentagens e, principalmente deste número de pais que entende a leitura como algo "imprescindível" na educação dos seus filhos?

O poder económico não justifica tudo, até porque, todos os nossos alunos têm telemóveis e, a maior parte, topo de gama. 

Falta-nos uma profunda mudança de cultura e mentalidades que valorize a educação como algo "imprescindível" ao bem-estar e, aí sim, talvez os pais comecem a valorizar a leitura como "imprescindível " no processo de educação.

O que temos feito no sentido da mudança?

O que tem feito quem mais tem o poder de mudar mentalidades, formar opinião pública e moldar posturas e atitudes? Nada! Melhor, os meios de comunicação, nomeadamente as televisões, muito têm contribuído para esta cultura pobre e oca da população portuguesa, com a sua grelha de programas estéril e novelesca.

 

publicado por Margarida às 22:46

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Sábado, 15 de Novembro de 2008

PETIÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

SR.ª MINISTRA DA EDUCAÇÃO

Nota Introdutória:

Nós os Pais e Encarregados de Educação autores desta petição, nós os que frequentemente olhamos os nossos filhos enquanto brincam e se divertem, e invariavelmente os imaginamos daqui a muitos anos com os seus e os nossos sonhos, desejando que alcancem uma vida plena. Nós, aqueles que projectam para os seus filhos as competências para a participação numa sociedade de sucesso, e que neles vêem o futuro e a garantia de uma herança cultural colectiva; nós, esses mesmos, também temos uma palavra a dizer.
 

 

PETIÇÃO À SENHORA MINISTRA DA EDUCAÇÃO
*********************************************
Dr.ª Maria de Lurdes Rodrigues:

Nós os Pais e Encarregados de Educação declaramo-nos preocupados.

A situação a que chegámos é talvez o culminar da “tomada de assalto” das escolas pela burocracia e pelas elites que fomos criando em muitos anos de políticas educativas atípicas para a própria condição humana. Ela reflecte bem o estado geral da educação em Portugal, e não augura nada de bom se não ponderarmos o rumo em que estamos lançados.

Várias ameaças pairam sobre a educação nacional neste momento, sobre as quais tecemos as seguintes considerações:
(...)

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publicado por Margarida às 23:12

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Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008

PROFESSORES DE OURIQUE DECIDEM SUSPENDER AVALIAÇÃO!

 Agrupamento aprovou moção interrompendo processo

Professores de Ourique contra modelo de avaliação


Os professores do Agrupamento de Ourique estão contra o actual modelo de avaliação do desempenho e aprovaram uma moção. Os docentes sugeriram a interrupção da avaliação até 30 de Outubro.


Os professores do Agrupamento de Ourique aprovaram uma moção, na segunda-feira, 29, e sugeriram a interrupção da aplicação do actual modelo de avaliação do desempenho, até 30 de Outubro, para que o Ministério da Educação possa dar resposta a um conjunto de dúvidas. A moção foi aprovada por maioria com 61 votos a favor, quatro abstenções e um voto contra.


Os docentes estão contra o actual modelo de avaliação e consideram que "a imposição de quotas para as menções de 'Excelente' e 'Muito Bom' desvirtua qualquer intuito de premiar os melhores professores". E acrescentam que "este modelo decorre de uma estrita preocupação economicista, uma vez que afasta do topo da carreira cerca de 75 por cento dos professores, independentemente dos seus conhecimentos e competências ".

Os professores de Ourique são a favor de "uma avaliação de desempenho justa, imparcial, exequível e indutora de melhores práticas docentes" e afirmam que, "nestes termo, o decreto n.º 2/2008 de 10 de Janeiro é mau". Contudo, dizem que "pior é, sem dúvida, o conjunto de 'fichas de avaliação do desempenho' destinadas à avaliação dos professores quer pelo presidente do conselho directivo, quer pelos coordenadores de departamento".

Para os docentes, "a obrigatoriedade em respeitar estas fichas, de modo a que possam medir desempenhos, torna impossível a concretização de qualquer avaliação que se queira objectiva". Por fim, lembra que "se a primeira responsabilidade dos professores é para com os seus alunos e se a sua principal tarefa é ensinar, estranho seria se os docentes do Agrupamento de Ourique aceitassem desviar a sua atenção e o seu desempenho para se focalizarem na operacionalização de ficha de avaliação que por defeito intrínseco não são possíveis de operacionalizar".

 

Este é mais um sinal de resistência de um conjunto de professores que reflecte bem o que nos vai, a todos, na alma.

Enquanto a dignidade nos orientar não haverá resignação entre os profissionais da educação que têm nas suas mãos a formação da sociedade de amanhã.

São exemplos assim que nos movem e não nos deixam baixar os braços.

Caminhar para Lisboa a 15 de Novembro deve servir, principalmente, para lembrar que os professores se mantêm em luta, que as reivindicações de 9 de Março não se resolveram com o "Memorando de Entendimento" e , acima de tudo, mostrar à opinião pública que, as piores consequências das medidas que directamente afectam todos os professores terão graves repercussões nos filhos de todos nós.   

 

O 15 de Novembro não é de sindicatos, embora a sua ajuda nos seja preciosa, mas é, acima de tudo, de PROFESSORES INDIGNADOS que apelam à mobilização da sociedade da defesa de melhor e mais educação...

 

Sabemos que a resposta da senhora ministra será de indiferença e arrogância, mas a nossa mensagem de alerta ficará como testemunho do quanto discordamos desta política educativa pobre, controleira, um verdadeiro travão à inovação, à iniciativa e à criatividade dos professores e das escolas.

 

Todos seremos suficientes!

 

Para Lisboa e em FORÇA a 15 de Novembro.

 (este para ...e em força já serviu outras causas menos nobres. Pode ser que sirva esta também, mas agora com dignidade)

 

publicado por Margarida às 22:59

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Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008

De Mãe preocupada II

(...)

Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem:

'Estavas, linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)'
Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo?

Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade'.

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul?

E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?
Senhor engenheiro José Sócrates:  vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá.
Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.
Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes,  almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.
Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.

Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí.
Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...

Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.

Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste
Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'.

Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.

Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah... espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...

Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir 'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

 

'A que novos desastres determinas

De levar estes Reinos e esta gente?

Que perigos, que mortes lhe destinas,

Debaixo dalgum nome preminente?

Que promessas de reinos e de minas

De ouro, que lhe farás tão facilmente?

Que famas lhe prometerás? Que histórias?

Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? '

 

Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,


Uma mãe preocupada

Via e-mail do Gil Castro.

publicado por Margarida às 10:51

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De Mãe preocupada I

Sr. Engº José Sócrates,

 Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.

Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).

Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.

O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto 'Magalhães':

 

No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães.

 

No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros.  Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação,  escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'.

 

No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros 'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

 

No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço.

 

Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder.

Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

 

Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar um brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

 

Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum.
Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha!  Faça-lhe jus!
Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.

Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via.
Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.

Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!

Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.

 

Mas,  por falar em Velho do Restelo...

... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

 

Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o  pisódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

publicado por Margarida às 10:35

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Sexta-feira, 5 de Setembro de 2008

O futuro do verdadeiro conhecimento...

Resultados, mais que previsíveis, da nossa política educativa...

Não me causará surpresa alguma encontrar nas revistas portuguesas, algo semelhante.

Resta-nos a alegria de confirmarmos que há, nisto tudo, alguma forma de globalização.

Nem tudo se perde...

 

Artigo retirado de uma revista de turismo brasileira.

Mais uma vez, com um obrigado ao Zé Eduardo Carvalho.

 

publicado por Margarida às 22:58

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Quarta-feira, 27 de Agosto de 2008

Reino Unido paga para os professores aprenderem matemática no Verão

O pedido foi feito pelo próprio primeiro-ministro britânico Gordon Brown. O que fazer para melhorar a relação das crianças da nação com a Matemática? Um especialista, Peter Williams, da Universidade de Leicester, apresentou um relatório onde diz que os professores do ensino primário devem ter mais formação.

Na semana passada, o Governo anunciou que nos próximos três anos vai investir 24 milhões de libras (mais de 30,3 milhões de euros) na formação dos professores primários. Em cada escola do 1.º ciclo terá que existir um “especialista” – um docente que, ao longo de três anos consecutivos, deverá passar uma semana do seu Verão numa universidade a frequentar um curso especial de formação em Matemática. Por cada semana de curso, os professores receberão mil libras, cerca de 1260 euros. Mas os incentivos para prosseguir estudos poderão ser muito maiores.

O programa de formação tem início em 2009, deverá ser aplicado ao longo dos próximos dez anos e chegar a 13 mil professores. Edward Balls, o governante com a pasta da Educação, reiterou na semana passada a sua vontade de transformar a Matemática “na disciplina mais excitante de se ensinar e aprender”.

in, Público

 

Qualquer semelhança da aposta do governo britânico na Educação e na Matemática com a aposta do governo português, é pura ficção.

Por cá os professores pagam a sua formação e, mesmo pagando está difícil de encontrar onde e com qualidade.

publicado por Margarida às 11:48

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Setenta mil fora do ensino público

A rede pré-escolar é outro problema apontado pela Fenprof, recordando que há 70 mil crianças que estão fora do sistema público, assim como a "tendência regressiva no apoio a crianças com necessidades educativas especiais", havendo actualmente menos 40.000 alunos com apoio educativo especializado.

Por outro lado, a Fenprof afirma que existe "um claro défice de professores", designadamente para o desenvolvimento de projectos de promoção do sucesso escolar e de combate ao abandono", apesar dos programas desenvolvidos pelo Governo que "conferem novos diplomas supostamente correspondendo a novas qualificações, mas que, na prática, não se transformam em ‘novas oportunidades’ para os trabalhadores portugueses".
"É pouco o investimento na formação especializada e complementar de docentes em áreas fundamentais como são a da educação especial, da gestão curricular ou da supervisão educativa, ao mesmo tempo que a formação contínua está, praticamente, sem financiamento, o que tem obrigado milhares de professores, ilegalmente, a pagarem a sua própria formação profissional, a qual é do interesse geral do país", sustenta a estrutura sindical. Quanto ao eventual aumento de verbas para o Ensino Superior, a federação sindical afirma que "redundará, na realidade, numa fortíssima diminuição".

Para a Fenprof, a verba destinada ao Ensino Superior corresponderá a uma quebra orçamental de cerca de dez por cento para a maioria das instituições, cujo orçamento de funcionamento proveniente do orçamento já não chega sequer para pagar ao respectivo pessoal, o que representa uma "grave contradição para um Governo que tem falado que em 2009 haveria uma ‘aposta forte no Ensino Superior’".

 

in, Público

 

publicado por Margarida às 11:22

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Aumentos no Orçamento de Estado não colmatam últimos cortes, acusa Fenprof

 

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou hoje que os eventuais aumentos de verbas destinadas aos ministérios da Educação e do Ensino Superior para 2009 "não colmatam" os cortes dos últimos anos, nem permitem resolver os "problemas" existentes.
O jornal “Diário Económico” avançou ontem os "plafonds" preliminares de despesas para o Orçamento de Estado de 2009, que indicam um aumento de 10,8 por cento das despesas de investimento e 3,4 por cento das despesas de funcionamento do Ministério da Educação (ME). O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recebe mais 39,9 por cento para funcionamento do que o orçamentado em 2008.
Para a Fenprof, "as percentagens apresentadas correspondem a uma tímida reposição dos cortes impostos pelo Governo nos últimos anos no âmbito do Orçamento de Estado". Em comunicado, a federação sindical recorda o valor da verba para a Educação em 2008 que "atingiu o mínimo histórico de 3,5 por cento do Produto Interno Bruto, na sequência de sucessivas reduções verificadas ao longo da actual legislatura".
Ao confirmar-se esse aumento de verbas para o ME, a federação alerta que não irá resolver os "problemas", como as "mudanças necessárias" nos actuais estatutos de carreira - para a "justa revalorização material e social dos profissionais docentes" -, uma "maior estabilidade no emprego" e uma "política de combate ao trabalho precário num momento em que o número de professores fora da profissão é superior a 30 por cento dos que se encontram no activo".
in, Público

 

Trata-se do inicio do plano de propaganda eleitoral que, como já percebemos, tem por centro a Educação. Este suposto aumento de verbas para a Educação, mais não é do que a reposição do que tem vindo a ser retirado, para agora, em grande apoteose, se anunciar uma pretensa aposta no sector.

A propaganda eleitoral centrada na escola é uma boa aposta do nosso primeiro-ministro, é a forma mais fácil de atingir e adormecer as famílias no que cada uma tem de prioritário - os filhos.

Por onde anda a oposição neste país? Ainda de férias!!

publicado por Margarida às 10:55

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Terça-feira, 12 de Agosto de 2008

55 mil peças de dominó

Com 16 anos, o jovem alemão Max Poser conseguiu juntar 55 mil peças de dominó , com a ajuda dos seus colegas da escola de Goottfried-Kinkel e montaram um espectáculo fabuloso de derrube das peças que se polongou por cerca de 15 minutos.

Neste país não existe, certamente, uma coisa chamada "MAGALHÃES". 

publicado por Margarida às 20:35

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Segunda-feira, 11 de Agosto de 2008

Golpe de propaganda desmascarado... pela blogosfera

 
Acabado de receber por mail:
 
O computador "Magalhães"- uma aldrabice que a Televisão não descobriu
 
Condensei alguma informação interessante sobre este engano ao povo português...
"Magalhães" - o mais escandaloso golpe de propaganda do ano

Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do "Primeiro computador portátil português", o "Magalhães".A RTP refere que é "um projecto português produzido em Portugal"A SIC refere que "um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel" e que a "concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico."Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o "Magalhães" é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade. Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: "Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto."Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.
A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...A Intel foi um dos parcceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento. Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsunamis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.Tudo se justifica em nome de um número de propaganda política terceiro-mundista.Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas. Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz.
João Ricardo Mendes

 

publicado por Margarida às 12:32

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Domingo, 10 de Agosto de 2008

"O MAGALHÃES"

O choque tecnológico está a chegar às escolas portuguesas. Os alunos portugueses vão ter direito ao Magalhães, um computador produzido pela Intel e subsidiado pelo Governo português. Os governantes acreditam que se juntarmos boa tecnologia (concebida nos Estados Unidos, produzida no Extremo Oriente e embalada em Portugal) a maus alunos, más escolas e maus professores vamos obter génios da física e da matemática.

Alguém anda a confundir as causas com as consequências. A tecnologia não produz físicos e matemáticos. Os físicos e os matemáticos é que produzem tecnologia. Os alunos portugueses têm hoje acesso a computadores baratos porque alguns dos melhores alunos americanos andaram durante décadas a estudar Física e Matemática. A tecnologia é o resultado de bons alunos. Não são os bons alunos que resultam da tecnologia.
(...)

 O Plano Tecnológico aplicado à educação não passa de pensamento mágico. A história de Bill Gates e Paul Allen sugere que a inovação não resulta da massificação de um produto de consumo. No caso da Microsoft, a inovação (essencialmente comercial) resultou do trabalho de um número reduzido de indivíduos dedicados e com acesso a uma tecnologia rara mas com grande potencial de crescimento.

 

João Miranda, in DN

publicado por Margarida às 22:13

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Sábado, 2 de Agosto de 2008

Propaganda ao rubro

Prémio de Mérito Ministério da Educação distingue melhores alunos do ensino secundário

O Prémio de Mérito Ministério da Educação é instituído com o objectivo de distinguir, em cada escola, o melhor aluno do ensino secundário dos cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais ou tecnológicos.

E-escolinha permite o acesso a 500 mil computadores aos alunos do 1.º ciclo

 O programa e-escola vai ser alargado aos alunos do 1.º ciclo, com a designação de e-escolinha, permitindo o acesso, já no próximo ano lectivo, a 500 mil computadores portáteis vocacionados para crianças dos 6 aos 11 anos.

Ministério da Educação oferece um livro a todos os alunos do 1.º ano

O Ministério da Educação vai oferecer um livro a todos os 115 mil alunos do 1.º ano de escolaridade, no início do próximo ano lectivo, numa iniciativa que pretende assinalar o início da vida escolar dos alunos, incentivando, desde cedo, o gosto pela leitura.

 Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade 

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade.

 

O circo está armado! O primeiro-ministro e o ME preparam-se para o arranque do próximo ano lectivo com a maior campanha mediática alguma vez realizada no país, de limpeza da opinião pública.

Que significado poderá ter esta política de facilidade aparente, quando a miséria é o prato mais servido na mesa das famílias portuguesas?

Que legitimidade tem um governo para se impor às decisões dos pais, no que diz respeito aos princípios educativos e de vida que cada família pretende passar aos seus filhos?

Das crianças dos 6 aos 11 anos é esperado que aprendam a escrever com o lápis e a caneta e que desenvolvam o gosto pela escrita. É esperado que despertem para a leitura e descubram o prazer de ler uma bela história num livrinho colorido.

Os brinquedos, é esperado que lhos sejam dados pelos pais, como presentes...

E livros... As famílias portuguesas já não podem comprar um livro para os seus filhos!!

Tanta generosidade do senhor primeiro-ministro!!!

Porque será que a opção das ofertas não recaiu sobre os manuais escolares?

Será porque não compram as cabecinhas dos alunos?

Será porque a Intel, a Vodafone ou a TMN são parceiros económicos mais apetecíveis e generosos?

Vejo nesta medidas uma mega operação de propaganda e de ataque aos professores e às famílias que, mais uma vez, foram ignorados. Sua Ex.cia decide e executa.

Num ano lectivo que sabemos se prevê de forte contestação da classe docente, esta limpeza da opinião pública só pode ser mera coincidência.

Aos professores resta esperar, calma e sabiamente, que este circo comece a revelar o quanto tem de nefasto e insane.

Não se educam gerações de crianças e jovens com políticas de "prendas" que têm por objectivo corromper mentalidades e comprar consciências. A educação é um processo sério, difícil e longo que se constrói dia a dia, com persistência e rigor e com quem está , em cada instante, ao lado das crianças e dos jovens. Esses são os professores e as famílias.

 

 

publicado por Margarida às 22:51

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Domingo, 22 de Junho de 2008

Portáteis chegam ao ensino básico!

Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade 

"O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade." 

 

Independentemente dos interesses económicos que todos sabemos que caminham ao lado da imensa boa vontade do nosso primeiro-ministro, esta medida para o ensino básico deve merecer da parte dos professores e encarregados de educação uma ponderação séria.

Se por um lado pode constituir uma mais-valia, mesmo para os alunos do ensino secundário desconheço que tenha sido elaborado algum estudo nesse sentido, por outro lado há diversos problemas que se colocam e que terão de ser geridos numa colaboração atenta, entre professores e encarregados de educação.

No que diz respeito aos benefícios, é óbvio que um computador disponível para uso diário de cada aluno é excelente para a organização do seu trabalho, para a aquisição de competências TIC, desenvolvimento da autonomia,  aquisição de mais e diversificada informação e conhecimento...

Tudo isto é lindo, não fora o pequeno pormenor da maioria dos nossos alunos verem o computador portátil como um brinquedo e não como um instrumento de trabalho. 

Acresce, ainda, que este brinquedo  tem potencialidades nocivas e perigosas bem conhecidas de todos. Por outro lado sabemos que a grande maioria dos pais dos nossos alunos têm algumas dificuldades nesta área, pelo que serão facilmente enganados.

A somar a tudo isto, acrescento as horas e horas que os alunos vão roubar ao estudo para brincarem com o novo brinquedo.

Porque será que é o primeiro-ministro a decidir o momento de dar o computador com Internet aos alunos e não os pais, que são os responsáveis pela sua educação e quem melhor os conhece para decidir qual o momento mais adequado?

Esperam-nos, a nós professores e aos pais e encarregados de educação, tempos muito difíceis!

Pode até faltar o pão na mesa, mas o portátil, isso é que não!

Isto é um primeiro-ministro muito à frente!

 

publicado por Margarida às 22:36

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A escola pública de Manuela Ferreira Leite é escola para os pobres

Estado deve dividir Educação e Saúde com privados

"Confrontada por uma militante, Manuela Ferreira Leite defendeu a continuidade do Estado nos sectores da Educação e da Saúde, “para servir com qualidade as pessoas com menos meios” e a necessidade de o sector privado intervir nestas áreas.

“É necessário e desejável que o sector privado tenha intervenção. Em todo o caso, se deixássemos só o sector privado, a quantidade e a qualidade dos serviços oferecidos não seriam os desejáveis do ponto de vista social”, afirmou.
  "

publicado por Margarida às 11:38

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Terça-feira, 10 de Junho de 2008

Estado paga 29 milhões/mês para escolas privadas

Privados recebem verba do Estado

O Ministério da Educação (ME) transferiu para estabelecimentos de ensino particular e cooperativo e instituições sociais quase 177 milhões de euros nos últimos seis meses. Feitas as contas, mensalmente os encargos do ministério com colégios privados e instituições particulares ascendem aos 29,5 milhões de euros, numa política contestada pelos sindicatos.

Os valores relativos às transferências efectuadas pela tutela no 2.º semestre de 2006 foram publicados em Diário da República no dia 6. Os contratos de associação, fonte de receitas essencial que garante aos colégios privados elevados apoios financeiros para pagamento de professores e profissionais de apoio ou pessoal não docente, recebem a maior fatia. Tais contratos permitem que alunos carenciados possam frequentar gratuitamente os estabelecimentos de ensino privado.
Apesar de nem todas as direcções regionais de Educação discriminarem o destino das verbas transferidas, o certo é que o valor pago serve igualmente para garantir os contratos de desenvolvimento e cooperação, cobrir as despesas com a generalização do ensino do Inglês no 1.º Ciclo, manter verbas para contratos de patrocínio, despesas com residências de estudantes, bolsas de mérito, acção social escolar e gastos com manutenção dos refeitórios.
A Direcção Regional de Educação de Lisboa transferiu para os estabelecimentos da sua área 63 203 637,54 euros enquanto a Direcção Regional de Educação do Norte fez pagamentos no valor de 49 329 909,47 euros. Dos dez estabelecimentos de ensino privado que receberam maior apoio do Estado cinco pertencem à região de Lisboa, quatro à zona de Porto e Braga e só um pertence à região centro.
A crescente entrega de verbas pelo Estado ao ensino particular é contestada pela Federação Nacional de Professores (Fenprof). Mário Nogueira, secretário-geral desta estrutura sindical, sublinha que “enquanto são aplicados cortes no investimento público cresce o investimento no ensino privado com a ocorrência de algumas ilegalidades”.
O professor indica que uma situação contestada é o Colégio de São Martinho, em Coimbra, que está a menos de quatro quilómetros de duas escolas públicas e é financiado pelo Estado.
Mário Nogueira acrescenta que, com o encerramento de milhares de escolas do Ensino Básico, “surge uma política de dois pesos e duas medidas em que há estabelecimentos particulares de ensino, cujas verbas aumentam mais de cem por cento ao ano”.
ESCOLAS DE RESULTADOS FRACOS
Nem sempre uma maior transferência de verbas para o ensino privado é sinal de bons resultados no final do ano lectivo. Das dez escolas privadas que receberão as transferências mais elevadas do ministério, só duas ficaram nos cem primeiros lugares do ranking das melhores escolas do País, elaborado pelo CM em 2006 no seguimento dos resultados nos exames nacionais.
Apesar de o Colégio São João de Brito, em Lisboa, ter alcançado o primeiro lugar na tabela CM e de por si só ter recebido verbas no valor de 899 mil euros, o certo é que as transferências estão bem longe dos 13 milhões recebidos pelo Colégio Miramar, de Mafra. Em 599 escolas contabilizadas, cinco estão acima do 200.º lugar e situam-se entre as escolas menos bem avaliadas dos seus distritos: Colégio Santa Maria de Lamas (205.º), Escola Salesiana de Manique (208.º), Instituto Educativo D. João V (322.º), Escola Cooperativa Vale S. Cosme (402.º) e Didáxis Soc. Cooperativa de Ensino (424.º).
REGIÃO SUL RECEBE MENOS DINHEIRO
A região Sul do País foi a mais penalizada na hora de fazer as contas: no total, para o Algarve e Alentejo apenas foram transferidos 5 092 118,35 euros, 12 vezes menos das verbas transferidas só para a Direcção Regional de Educação de Lisboa. Aliás, o Algarve, para onde foram encaminhados 1,260 milhões de euros, recebeu o mesmo montante transferido para uma única escola de várias regiões mais a norte.
Além disso, o Alentejo só tem uma instituição a receber mais de um milhão de euros (Colégio Nossa Senhora da Graça – 1 422 660). No Algarve, nenhuma das instituições de ensino ou sociais recebe verbas acima desse montante. O valor mais elevado foi recebido pela Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, com 114 496,81 euros.
OS DEZ MAIS
1- Colégio Miramar (Mafra), 13 458 888,14 euros
2- Colégio Liceal Santa Maria de Lamas (Feira), 4 976 306,32 euros
3- Didáxis Soc. Coop. de Ensino (2 filiais Famalicão), 4 456 932,14 euros
4- Externato de Penafirme (Torres Vedras), 4 041 899,14 euros
5- Externato Cooperativo da Benedita (Alcobaça), 3 737 326,54 euros
6- Escola Cooperativa Vale S. Cosme (Famalicão), 3 559 313,23 euros
7- Escola Salesiana de Manique (Cascais), 3 434 207,64 euros
8- Alfacoop Coop. Ensino de Alvito (Braga), 3 276 677,47 euros
9- Externato João Alberto Faria (Arruda dos Vinhos), 3 135 527,05 euros
10- Instituto Educativo D. João V (Pombal), 966 857,99 euros
NÚMEROS
176 923 608,339 euros foi o total de verbas transferido pelo ME para colégios e instituições privados durante o segundo semestre de 2006.
63 203 637,54 euros foi o valor encaminhado pela tutela para as escolas da Direcção Regional de Educação de Lisboa.
157 400 euros foi o valor que a Know How, empresa da escritora Maria João Lopo de Carvalho, recebeu para o ensino de Inglês.
1 260 017,35 euros foi o valor atribuído pelo ministério às instituições sociais e escolas da região algarvia, a menos afectada pelas verbas.

publicado por Margarida às 15:25

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Quarta-feira, 4 de Junho de 2008

Quando a cidadania precisa de Manual... I

Recomendações do Fórum da Educação para a cidadania

 

Assegurar a Educação para a Cidadania Global como uma componente do currículo de natureza transversal, a desenvolver em todas as áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, ao longo de todos os ciclos de ensino, é uma das principais recomendações apresentadas no documento “Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania”, elaborado pela comissão de redacção do Fórum Educação para a Cidadania.

 

No âmbito do núcleo de reflexão Problemática da Cidadania na Escola, integrado no Fórum, as recomendações apontam para a identificação de um núcleo de competências essenciais a desenvolver transversalmente em todo o currículo, tendo em conta três eixos fundamentais: postura cívica individual, relacionamento interpessoal e relacionamento social e intercultural.

 

A adopção de um referencial pedagógico que inclua conteúdos concretos e constitua orientação geral para a área de Formação Cívica é outra das recomendações inseridas no documento, que salienta a importância da abordagem de temáticas relevantes na sociedade contemporânea, nomeadamente das que incidem sobre o consumo responsável, a segurança humana e os média.

Defende-se, igualmente, a abordagem de questões relacionadas com a Educação para a Cidadania Global na Área de Projecto, na medida em que esta área curricular não disciplinar favorece a articulação dos saberes de diversas áreas curriculares, quer ao nível da reflexão sobre os direitos humanos, quer no que respeita às questões emergentes na sociedade actual.

 

Para que a escola se assuma enquanto espaço privilegiado de exercício da cidadania, salienta-se a importância das vivências de cidadania, consubstanciadas na identificação das falhas no funcionamento do estabelecimento de ensino e no desenvolvimento de processos partilhados de resolução que permitam ultrapassá-las, com benefício para toda a comunidade educativa.

 

Neste sentido, as escolas devem conceber os seus projectos educativos como projectos de cidadania global, que impliquem vivências de exercício da cidadania nos diferentes espaços curriculares, disciplinares e não disciplinares, bem como nos contextos extracurriculares e não formais.

 

publicado por Margarida às 19:50

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Quinta-feira, 22 de Maio de 2008

Que reformas...

Como encarregada de educação e como professora, acredito que possuo uma visão privilegiada sobre as reformas que têm vindo a ser implementados no ensino. Vejo as alterações introduzidas pelo ministério da educação como uma manta de retalhos sem qualquer articulação.

A introdução das Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º CEB, nomeadamente o Inglês e as Expressões, na minha opinião, são uma excelente medida, mas a aplicação prática é francamente negativa.

A realidade que constatamos é que os alunos não adquirem competências nestas áreas, não há articulação entre os professores titulares de turma e os professores das AEC. Estes, sob a tutela das autarquias, encontram-se desligados da escola e desvinculados de qualquer compromisso pedagógico ou curricular, sendo considerados animadores dos tempos livres.

Ninguém conhece o que é ensinado... Não existe um programa com definição de conteúdos e competências a desenvolver e adquirir. Não existe articulação entre o que o aluno adquiriu no 1º CEB e a continuidade, desejável, no 2º CEB.

Temos no 1º CEB o Inglês, TIC e Expressões, mas sem conteúdos e um perfil de competências a desenvolver.

Isto é bom? Não, isto não é nada.

Seria bem diferente se estas novas áreas fossem consideradas no currículo dos alunos do 1ºCEB e, consequentemente, no Projecto Curricular e no Projecto Educativo dos respectivos Agrupamentos de Escolas.

Neste caso teríamos, no 1º CEB, 1 professor titular de turma coadjuvado por 2 professores de áreas específicas, constituindo uma equipa pedagógica, todos com igual grau de responsabilidade no processo de ensino/aprendizagem.

Outro dos aspectos negativos neste processo, prende-se com a gestão do pessoal docente que, obviamente, deveria ser da responsabilidade do Agrupamento de Escolas e não das autarquias.

Neste pressuposto, considero viável e positiva a reestruturação do ensino em dois grandes ciclos - Básico do 1º ao 6º ano e secundário do 7º ao 12º ano.

No entanto é urgente um profundo estudo e reflexão sobre o currículo do 3º CEB e do ensino Secundário. A análise estatística mostra-nos que as maiores percentagens de insucesso escolar se situam nos 7º e 10 anos. Aqui se vê a discrepância entre os normativos legais sobre avaliação dos alunos que orientam a retenção para o final de cada ciclo, numa lógica de avaliação de competência no final do ciclo, mas que na prática não se ajusta à realidade. Esta revela-se bem diferente, mostra-nos que os alunos no 7º e 10º anos, apresentam inúmeras dificuldades para acompanhar os conteúdos e o perfil de competências exigidos pelos currículos.

Este é, talvez ,dos problemas mais complexos e não se pode justificar com um simples "brusca transição".

A reforma no 1º e 2º CEB não pode ser pensada separadamente da reforma no 3º CEB e no ensino Secundário.

O 3º CEB beneficiaria com a redução da panóplia de disciplinas e áreas curriculares não disciplinares, centralizando-se o currículo em grandes áreas do conhecimento, com um reforço da componente horário, de forma a permitir aprofundar e consolidar os conhecimentos. A introdução de áreas específicas remeter-se-ia para os últimos anos, de acordo com a opção dos alunos, com a consequente redução horária das áreas anteriores e o reforço das novas.

Talvez porque sou encarregada de educação e professora, não consigo entender estudos como o do Conselho Nacional de Educação, que consegue perspectivar a educação/ensino em fragmentos, conceber e apontar reformas para uma parte e ignorar as outras.

No meu humilde entendimento, as reformas só serão positivas quando pensadas como um todo, com articulação e sem descontinuidade entre o 1º e o 12º ano.

Esta deveria ser a aposta séria do ministério da educação e não trabalhar para a estatística, tapando o sol com a peneira, exibindo CEF's e Novas Oportunidades.

publicado por Margarida às 18:14

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Quinta-feira, 8 de Maio de 2008

Discurso das bolinhas de sabão

"Maria de Lurdes Rodrigues: Escolas têm de formar jovens para cidadania e sociedade do conhecimento" 

 

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, disse, hoje em Braga que "a escola actual tem de ser mais aberta e participativa, de forma a formar jovens para a cidadania e para a sociedade do conhecimento".

"A escola tem de formar cidadãos para participarem numa sociedade aberta e participativa, mas tem também de os preparar para serem autónomos, capazes de desenvolver projectos pessoais e profissionais", declarou.

 

A senhora ministra da Educação entrou, antecipadamente, em campanha eleitoral e parece querer conquistar (calar) o Presidente da República. Belas ideias, sim senhora, mas que foi copiar ao discurso e exigências que os professores reclamam há vários anos.

À senhora ministra não cabe dizer que a escola deve... , mas antes, olhar para o que lhe compete fazer e, interiorizar que é ao ME que compete reorganizar o currículo de forma articulada e que permita a consolidação de conhecimentos caminhando no sentido de uma autonomia sustentada.

Os professores exigem-no e sabem como fazê-lo. O que se pede é menos palavras ao vento e mais trabalho sério.

Em caso de dificuldade, os professores, apesar de tudo, podem ser uma mais-valia...

 

publicado por Margarida às 22:23

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Quarta-feira, 7 de Maio de 2008

Ensino show

 

DESCRIÇÃO: Para acabar com as imagens chocantes de alunos a serem torturados nas salas de aulas, está a surgir uma nova geração de professores artistas, com métodos de ensino do século XXI ,em que as aulas passam a ser shows e os alunos turmas de fãs.

Estes alunos manifestam intenção de continuar no clube e realizaram já a pré-instrição nos vários níveis, inclusive o mestrado e douroramento, para garantirem  vaga...

publicado por Margarida às 19:23

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Domingo, 4 de Maio de 2008

Democracia portuguesa é das piores da Europa

A Demos, think tank britânico, veio avisar-nos que a qualidade da nossa democracia deixa muito a desejar. Num total de 25 países europeus analisados, apenas a Polónia, Bulgária, Lituânia e Roménia estão piores classificados do que nós.

Do ponto de vista da democracia formal, até nem estamos mal: ocupamos o 14.º lugar, acima da Espanha, Grécia ou a Itália. O que puxa para baixo a nossa democracia são os reduzidos níveis de participação dos cidadãos e os limitados direitos quando se trata de escolhermos a estrutura familiar.

O resultado da auditoria da Demos conflui com a inquietação demonstrada por Cavaco Silva, no discurso do 25 de Abril, acerca do alheamento dos jovens em relação à coisa política. E podem ser inseridos no quadro mais vasto do desconforto generalizada dos cidadãos com os seus líderes políticos.

É este desconforto que explica porque é que toda a gente anda à procura de um Obama, de um líder diferente capaz de os entusiasmar - e a eleição para mayor de Londres de Boris Johnson, que em 2004, na sua campanha eleitoral, garantiu que quem votar nele faria "com que a sua mulher passasse a ter mamas grandes e aumentaria a possibilidades de ter um BMW M3".

In, DN/ 2-05-08

 

Num país onde as decisões políticas são, cada vez mais, centradas no umbigo da elite governativa, tendo por orientação os lobys dos grandes grupos económicos é natural que, a maior parte da população se desencante e não encontre lugar para o exercício legítimo da cidadania.

Nesta linha de construção da "democracia", encontra-se o desinvestimento numa educação que forma mentalidades, que aprofunda saberes e sentido crítico. Esta educação, que segundo a LBSE, deveria formar os cidadãos para o pleno e efectivo exercício da cidadania, não interessa e pode mesmo pôr em perigo os interesses da casta política que se deixa subjugar pelos grandes grupos económicos.

Não poderá existir democracia plena numa sociedade onde a educação não é séria e profunda, onde à educação só é permitido abordar os assuntos de forma superficial e nada crítica, onde a exigência é reduzida a NADA.

 

publicado por Margarida às 09:48

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