Nota à Imprensa
Por Rosário Gama
Os Presidentes de Conselhos Executivos recebidos pela Sr.a Ministra da Educação no dia 15 de Janeiro, querem, em primeiro lugar, registar que ficaram agradavelmente surpreendidos com a celeridade com que obtiveram resposta positiva da parte do Ministério para a marcação de uma reunião, o que ocorreu no espaço de poucas horas.
Os 14 Presidentes de Conselhos Executivos, oriundos de diversos pontos do país, que se apresentaram no Ministério da Educação à hora marcada, representavam cerca de centena e meia de presidentes que se reuniram no passado dia 10 de Janeiro em Santarém.
Foram recebidos pela Sr.a Ministra e pelo Sr. Secretário de Estado, Walter Lemos, aos quais entregaram o “Manifesto de 10 de Janeiro”, documento que sintetiza as posições assumida nessa data em Santarém.
A reunião iniciou-se pelo relato, por parte dos Presidentes dos Conselhos Executivos, da situação actual nas Escolas, no que concerne às implementação deste modelo de avaliação do pessoal docente e ao clima instabilidade e crispação que o mesmo gera nas Escolas, uma vez que é considerado pela maioria esmagadora dos professores e por muitos Presidentes de Conselho Executivo, tal como os presentes ou representados na reunião, como sendo injusto, pouco rigoroso e inexequível.
Em resposta, a Sr.a Ministra afirmou compreender as preocupações e os constrangimentos que lhe foram apresentados, mas a suspensão do modelo de avaliação está fora de causa, pois acredita que haverá mais vantagens em o aplicar, apesar da contestação, do que em não o aplicar, mesmo sabendo que não estão reunidas as melhores condições para o fazer.
(...)
Na sequência da “reunião de 10 de Janeiro” realizada em Santarém, será realizada uma nova reunião de Presidentes de Conselhos Executivos, no dia 7 de Fevereiro, no Auditório Bissaya Barreto, Campus do Conhecimento e da Cidadania, Bencanta, em Coimbra, no sentido de se fazer de novo o ponto da situação e de se discutirem actuações para o futuro próximo. Esta reunião, reveste-se da máxima importância, pelo que se espera uma participação mais alargada de PCE´s.
Continua no blog do Paulo Guinote
Professores de escolas de todo o País têm vindo a aprovar nos últimos dias tomadas de posição colectivas, assumindo a recusa em participar no processo de avaliação de desempenho, começando pela não entrega dos objectivos individuais.
Sindicatos, movimentos independentes e blogues de docentes apontam já para mais de uma centena de escolas e agrupamentos onde, após a publicação do Decreto Regulamentar de simplificação, a 5 de Janeiro, os professores voltaram a reunir e decidiram manter a suspensão do processo. O blogue ProfAvaliação apresentava ontem uma lista com 43 agrupamentos e 69 escolas onde foi aprovada a suspensão.
Para o dia da greve, segunda-feira, estão marcadas dezenas de reuniões de docentes que poderão tomar decisões idênticas. A Fenprof garante que "mesmo em escolas em que essa decisão não foi tomada, são milhares os professores que decidem não entregar os objectivos individuais". A Fenprof faz ainda um apelo para se encher com mensagens de protesto os mails de 40 deputados do PS que são docentes, divulgando os respectivos endereços electrónicos. A ideia é pressionar a aprovar o projecto do CDS-PP, que defende a suspensão da avaliação e será votada no Parlamento dia 23.
MOVIMENTOS FALAM EM DEMISSÃO
Os deputados socialistas que são professores vão romper a disciplina partidária e aprovar a suspensão da avaliação, quando dia 23 for votado na Assembleia da República o projecto do CDS-PP, levando o Governo a apresentar a demissão. Este é o cenário ontem aventado pelo movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP) num texto colocado no seu site. "São notícias que vão chegando das sedes do PS a nível nacional. Fala-se, inclusivamente, de que se preparam para o Governo pedir a demissão. Falta o motivo e este parece ser aquele em que Sócrates aposta e vai daí ... professores socialistas juntam-se a Alegre e companhia ", pode ler-se no texto.
NOTAS
CONSELHO QUER REVISÃO
O presidente do Conselho das Escolas, Álvaro dos Santos, disse à Agência Lusa que o modelo de avaliação "deve ser revisto" mas defendeu que os sindicatos devem apresentar uma alternativa credível.
ABAIXO-ASSINADO
No dia da greve, a Plataforma Sindical vai entregar no Ministério um abaixo-assinado.
Os presidentes dos conselhos executivos de 139 escolas do país, reunidos em Santarém para definir estratégias contra a “pressão do Governo” de que se sentem vítimas, decidiram hoje, por consenso, “adiar o pedido de demissão”. Num primeiro momento vão solicitar uma audiência à ministra da Educação a fim de pedir a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores. A análise da resposta e de outras medidas a tomar será feita numa segunda reunião, marcada para 7 de Fevereiro.
De acordo com Rosário Gama, presidente do CE da Secundária Infanta D. Maria – uma das 20 escolas que convocaram o encontro de hoje – a proposta de pedido de demissão por parte de todos os PCE não chegou a ser votada. “Concluímos, por consenso, que se nos demitíssemos estaríamos a ‘deixar sem rede’ os colegas que nos elegeram”, explicou, considerando que “facilmente” o Governo os “substituiria por dirigentes não eleitos e menos capazes de apoiar os professores na luta contra este modelo de avaliação”.
Este movimento de Conselhos Executivos merece, de todos os professor, uma palavra de reconhecimento e apreço pela disponibilidade e um apelo a que mais escolas se juntem no próximo encontro.
Quanto ao conteúdo das decisões ficaram , ligeiramente, aquém das expectativas.
Acenar com a possibilidade de demissão e, fundamentar que não o fazem porque seriam facilmente substituídos e que representam melhor os colegas, é uma carta aberta para a certeza que o ME precisa ... Solicitar a suspensão do modelo de avaliação, já 140 mil professores o fizeram nas avenidas da capital.
Esperávamos mais firmeza e linhas de acção mais concretas. Talvez, com mais representantes, na próxima reunião...
ABRAM OS OLHOS E NÃO OLHEM SÓ NO IMEDIATO PARA O VOSSO BOLSO !!!...
Professores podem perder de 25% a 50% do ordenado ao longo da carreira
*Pedro Sousa Tavares*
O novo regime do estatuto da carreira docente vai custar aos professores entre 25% e 50% do valor de ordenados que potencialmente viriam a receber ao longo da sua vida profissional. A contabilidade é feita pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), tendo em conta o tempo que cada docente levará a subir de escalão pelas novas regras e o número limitado de lugares na categoria de professor titular.
A proposta do Ministério da Educação (ME) prevê a redução dos escalões de dez para sete, divididos em duas categorias: professor e professor titular. Mas, ao contrário do que acontecia com as antigas regras, no futuro nem todos os docentes poderão aspirar a chegar ao topo da carreira. "Mesmo que muitos demonstrem mérito e ultrapassem todas as etapas, a existência de quotas significa que mais de 80% vai ficar apenas na categoria de professor", disse ao DN Mário Nogueira, da Fenprof.
Na prática, isto significa que enquanto, até agora, todos os professores podiam aspirar atingir os 2899,38 euros, correspondentes ao salário-base do antigo 10.º escalão, no futuro o tecto salarial da maioria estará limitado a 2033,99 euros. Uma perda superior a 800 euros por mês em potenciais salários.
Mas não é só por aqui que as perspectivas se reduzem. As carreiras, apesar do menor número de escalões, passarão a durar 32 anos em vez dos actuais 26. O que equivale a dizer que serão precisos mais anos para mudar de categoria:
"Um professor que está agora no 8.º escalão vai continuar na mesma daqui a três anos, quando devia passar para o 9.º", exemplificou Mário Nogueira.
De resto, pelas contas da Fenprof, mesmo para os melhores docentes, as perdas são inevitáveis: um professor que seja sempre classificado como 'Excelente', que consiga chegar a titular logo à primeira, vai ter uma perda global de 25% de salários", garantiu o sindicalista. "Quanto aos outros, limitados a quatro escalões, vão perder 50%".
"Mais um ano congelado"
"Como se isso não bastasse", acrescentou Mário Nogueira, "este ano também já não há progressões, uma vez que os professores apenas podem ser avaliados para progredir no final do ano lectivo. Por isso", considerou, "temos mais um ano congelado".
A Fenprof promete "difundir estes factos pelas escolas" e antevê "uma onda de contestação como nunca se viu, caso o ministério não mude de posição".
O DN tentou, sem sucesso, obter uma reacção do Ministério da Educação.
Os professores da Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, suspenderam a avaliação de desempenho e, quinta-feira, realiza-se nesta cidade uma reunião de conselhos executivos do distrito para uma posição conjunta sobre o processo - revelaram hoje vários responsáveis.
Segundo a presidente do conselho executivo da Escola Secundária Infanta D. Maria, Maria do Rosário Gama, os professores deste estabelecimento, o primeiro do sector público com melhor média na primeira fase dos exames nacionais, decidiram, por unanimidade, suspender o processo de avaliação do desempenho até o modelo ser revisto, tendo assinado um documento nesse sentido.
Entretanto, está prevista para quinta-feira, na Escola Secundária da Quinta das Flores, em Coimbra, uma reunião de conselhos executivos de escolas do distrito para "uma tomada de posição conjunta acerca do processo de avaliação, nomeadamente pedindo a suspensão do modelo" - disse hoje o presidente do conselho executivo deste estabelecimento.
Também nesta escola, e ainda antes da manifestação nacional de sábado passado em Lisboa, foi subscrito um abaixo-assinado por 114 dos 115 dos professores do estabelecimento, pedindo a suspensão do processo - adiantou Sobral Henriques. "Espero que a ministra da Educação tenha o bom senso de ouvir as escolas e os docentes", vincou o presidente do conselho executivo da Secundária da Quinta das Flores.
No documento enviado à ministra da Educação e datado de 27 de Outubro, os professores da Secundária D. Maria decidem "suspender a participação neste processo de Modelo de Avaliação de Desempenho até que se proceda a uma revisão concertada do mesmo, que torne o processo exequível, justo, transparente, ou seja, capaz de contribuir realmente para o fim que supostamente persegue, uma Escola Pública de qualidade".
Por outro lado, nas Escolas Secundárias D. Duarte e Jaime Cortesão, em Coimbra, foram aprovadas moções, por unanimidade, pedindo a suspensão do processo, revelaram hoje fontes dos respectivos conselhos executivos. O mesmo se passou na Avelar Brotero, da qual foi emanado no final de Outubro, para os principais órgãos institucionais, um pedido de suspensão do processo de avaliação, subscrito, em 24 horas, por 80 por cento dos professores da escola, disse a presidente do conselho executivo.
Entretanto, várias dezenas de professores de Arganil, Côja, Oliveira do Hospital e Tábua, que estavam inscritos para uma acção de formação sobre avaliação do desempenho que começava segunda-feira, recusaram-se a participar na acção com a duração de uma semana, segundo uma das 72 docentes inscritas. "Não fizemos a formação, proposta pela DEGRHE [Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação] como forma de protesto contra o modelo de avaliação. Apenas oito colegas participaram na formação, em Arganil", disse hoje Margarida Rodrigues.
Depoimento de José Matias Alves, ex- membro do Conselho Científico para a Avaliação de Professores
Sempre pensei e escrevi e disse que este modelo de avaliação de desempenho era impossível. Sempre pensei e escrevi e disse que era desejável que este ano lectivo se seguisse a recomendação nº 2 do CCAP. Porque permitia às escolas e aos professores organizarem-se numa outra lógica de acção: mais sensata, mais económica, mais holística. Com, provavelmente, menos danos colaterais. Com menos falsificações. Com menos faz-de-conta. Não que se resolvesse o problema de fundo. Mas, a meu ver, atenuava-se e poderia permitir ambientes mais respiráveis até uma revisão obrigatória para o 2º ciclo avaliativo. Que vai ser inevitável.
Agora, um número indeterminado de escolas e de docentes vivem na asfixia. Na maldição do tempo. Na invenção de realidades. Na fuga. Na revolta mais ou menos latente. A raiar o esgotamento e a desmotivação. Não serão todas. Mas serão, provavelmente, a maioria.
E isto causa dilacerantes problemas éticos. Ameaças identitárias cujos impactos no ser e estar na profissão são muito difíceis de prever. Ninguém está a ganhar nestes ambientes. Todos estão a perder. Os alunos, as famílias, os professores, as escolas. Em última análise, o próprio Ministério. Obviamente.
Salvam-se apenas aquelas (suponho que poucas) escolas que tiveram a inteligência (e alguma ousadia) de colocar os alunos primeiro. De centrarem a acção e o tempo dos professores na tarefa de ensinar e de avaliar o resultado da sua acção profissional. De criarem dispositivos de securização.
Como professor que procura ler e compreender o que (não) se passa, não posso deixar de compreender as razões e os sentimentos que vão levar os professores e educadores a Lisboa no dia 8 de Novembro (no que à avaliação de desempenho diz respeito). E de desejar que um compromisso seja possível em nome do mais importante: as pessoas e as suas aprendizagens.
José Matias Alves
Ex-membro do Conselho Científico para a Avaliação de Professores. Demitiu-se em 20 de Outubro de 2008.
A dúvida mantém-se na maioria dos professores, nos Conselhos Executivos e Comissões científicas.
O que fazer com as recomendações do CCAP?
O que fazer com a desarticulação, ou mesmo incompatibilidade, entre as recomendações do CCAP e as orientações definidas no Decreto Regulamentar n.º2/2008 ?
Com estas dúvidas andamos todos e a ouvir a senhora ministra proferir a alarvidade que o processo de avaliação decorre com normalidade em todas as escolas.
Até porque, os professores no dia 8 vão a Lisboa para matar saudades e confirmar à senhora ministra que tudo vai bem com o processo de avaliação.
Estando decorridos praticamente 2 meses desde o início das actividades lectivas, sinto que fui colocado numa escola diferente sem, no entanto, ter por algum momento abandonado este local de trabalho a que gosto de chamar a minha escola.
Sendo este o 5º ano de trabalho neste Agrupamento e o 16º enquanto professor, tenho vivido nos últimos tempos, como todos os outros professores, a distorção de um eixo de princípios e pressupostos que nos fizeram escolher uma carreira que assumimos como nossa, uma carreira que escolhi por convicção e que, ao contrário de um amor à primeira vista, fui abraçando gradualmente com mais paixão e entrega.
Tudo se desmorona. Desde as primeiras notícias de um ECD alegadamente contra os professores, até à publicação do mesmo, confirmando-se o facto de este ser altamente penalizador e punitivo para com uma classe profissional que desde sempre tem acatado todas as directivas superiormente emanadas, descabidas ou não, adoptando-as e adaptando-as devidamente à realidade de cada escola / agrupamento.
Tudo se desmorona. Com o novo modelo de avaliação de professores, o espírito de cooperação e companheirismo que tornava qualquer projecto um motivo de entusiasmo em que professores e alunos se embrenhavam de forma solidária e construtiva, transforma-se a olhos vistos em ambiente de intriga, desconfiança e conspiração. O ambiente que se respira na sala de professores é de uma tensão doentia, os intervalos já não servem para recarregar energias, são antes a extensão das intermináveis reuniões de grupos, departamentos, conselhos pedagógicos, entre muitas outras. Uma simples ida à casa de banho durante o intervalo nem sempre é tarefa fácil, tais as solicitações a serem feitas durante a travessia da sala de professores.
Tudo se desmorona. A correcção de testes começa a ser uma tarefa que implica roubar tempo ao repouso mínimo, se tempo houver para o mesmo, ou à família. A preparação de aulas e leccionação das mesmas, desde sempre assumido por todos como função primordial do professor, no fundo aquela que nos trouxe até aqui, torna-se um desafio complexo de efectivar, tal o tempo e energia consumidos nos infindáveis e obscuros documentos que diariamente temos que debater, adaptar, validar, burocracia esta que será, a seu tempo e se nós o permitirmos, a orientação, a luz, a batuta dos novos professores.
Tudo se desmorona. A escola que estava a ser pacientemente construída por todos e para todos, foi brutalmente sacudida por um sismo economicista de preconceitos, precipitações e incompetências. E sinto que estou a perder os alunos. Sinto que os alunos perdem os professores em cada reunião que termina, em cada documento aprovado, em cada medida controladora, persecutória e punitiva que nos é imposta.
Estou cansado. Física e emocionalmente cansado. E Novembro só agora começou. Será que o resto da minha carreira vai ser um longo e interminável Outono? Será que voltaremos a ter a felicidade e a energia para fazer brotar Primaveras sorridentes dos olhos dos nossos alunos? Será que o meu, o nosso futuro passa por uma corrida estéril às vagas ridículas de Excelentes e Muito Bons? Será que a minha escola vai ser o leito de disputas histéricas pelo portefólio mais colorido e com mais giga bytes, pela planificação com mais itens e páginas, pelo registo de avaliação mais barroco, apesar de fabricado?
Não. Não é esta escola que quero para mim. E não, definitivamente não é esta escola que quero para as minhas filhas.
Resta-me protestar. Resta-me tornar este mais um protesto, mais uma voz a ecoar no já imenso coro da indignação. Protesto e apelo a todos os professores deste agrupamento, em especial aos órgãos pedagógicos, que não deixem a escola desmoronar-se.
José Eduardo Carvalho
(PQE, Agrupamento de Escolas Lousada Oeste)
O olhar sentido do Zé faz eco no sentir da maioria dos professores e, certamente, no de muitos pais deste país.
Como diz o Zé Eduardo, resta-nos protestar e fazer a ONDA CRESCER...
Via blogue MMUP
Perante esta situação, Maria de Lurdes Rodrigues destacou o facto de «milhares, milhares de escolas e a grande, grande maioria» dos estabelecimentos escolares não ter protestado contra esta avaliação.
«É importante sublinhar que milhares de professores foram já avaliados no ano lectivo que terminou. Hoje podemos saber que há centenas, cerca de sete por cento de professores que foram classificados com muito bom e excelente», acrescentou.
A senhora ministra destacou o facto de milhares de escolas não terem protestado contra esta avaliação. Mas será que a própria ministra acredita no que diz? Haverá alguma escola ou professor neste país que não tenha protestado contra este modelo de avaliação?
Ficamos, no entanto, como uma certeza...desta vez o número conta!
Quanto aos milhares de professores que foram avaliados no ano lectivo anterior, aos quais a senhora ministra se refere, todos sabemos a fantochada de avaliação que foi e, essa os professores não querem.
Os professores querem uma avaliação séria, credível, exequível e não uma avaliação que no papel (normativos) é um emaranhado de burocracia e, como tal, dada a impossibilidade de ser aplicada, acaba em processos de simplificação, numa fantochada onde nada e ninguém é avaliado. É tudo um grande faz de conta para que conste que sim.
PROPOSTA DO GRUPO DE ……………
Sendo a definição dos objectivos individuais simultaneamente o ponto de partida e de retorno do processo de avaliação, é absolutamente fundamental que os professores tenham na sua posse atempadamente os elementos que lhe permitam estabelecê-los de forma realista.
Ora esses objectivos devem assentar:
- na indicação de metas que tenham por referência, de acordo com o estabelecido nos artº 8º e 9º do Dec.-Reg. nº2/2008, o PEE. Sucede que, por nem sempre se considerarem aplicáveis, o C.P. ainda se encontra em processo de revisão e discussão das mesmas;
- no fornecimento de dados estatísticos sobre resultados escolares que cubram um período superior a dois anos de modo a que se possa formular uma proposta credível. Acresce que tais dados, certamente existentes, devem ser integrados no Projecto de Avaliação do Desempenho da escola e facultados antecipadamente a todos os professores;
-nos dados estatísticos sobre abandono escolar por período semelhante ao atrás mencionado, informação igualmente ainda a fornecer aos professores;
- na articulação interdepartamental, em termos de propostas gerais comuns, que obedeçam a um projecto de escola. Tal articulação não foi até à data efectuada por falta de tempo;
-no levantamento de todas as situações em que, por deficiência de instalações e/ou de materiais disponíveis, seja impossível o uso de novas tecnologias e/ou técnicas inovadoras. Até este momento, não há informação de que esse levantamento esteja a ser posto em prática.
Desta forma, e considerando que não existe uma inventariação dos itens anteriormente referidos, parece-nos impraticável manter a data de 31 de Outubro ou mesmo de 14 de Novembro para a apresentação dos objectivos individuais, como inicialmente proposto. Assim, propõe-se a suspensão sine die do calendário já aprovado em Conselho Pedagógico.
Amadora, 21 de Outubro de 2008
(os professores abaixo assinados)
O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares pediu ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Segundo o Conselho Executivo, o modelo é "inexequível" e os professores estão "sem tempo" para os alunos.
Numa carta enviada à ministra da Educação, a que a Lusa teve acesso, 116 dos 130 professores do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares pedem a "revogação imediata" do despacho que institui a avaliação de desempenho e de toda a legislação "conexa".
Os docentes consideram que a aplicação do modelo é "inexequível, por ser inviável praticá-lo segundo critérios de rigor, imparcialidade e justiça" e que "não contribui nem para o sucesso dos alunos, nem para a qualidade do trabalho pedagógico que os professores pretendem".
"Assenta numa perspectiva desmesuradamente burocrática, quantitativa e redutora da verdadeira avaliação de desempenho dos docentes. Pela sua absurda complexidade, não é aceite pela maioria dos professores deste país, não se traduzindo, por isso mesmo, em qualquer mais-valia pessoal e/ou profissional", lê-se na missiva.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do Conselho Executivo afirma que os professores já andam "deprimidos, extremamente cansados e desmotivados", garantindo que o tempo disponível para os alunos "é diminuto".
"Se esta burocracia traduzisse no final um benefício para a educação fazíamos um sacrifício ainda maior. Mas pensamos que o que se passa é o contrário. Isto é acabar com o ensino porque os professores estão sem tempo para os alunos", garantiu Maria Eduarda Carvalho.
Segundo a responsável, os problemas começam logo com a divisão da carreira em duas categorias: professor e professor titular. Naquele agrupamento de escolas, os professores titulares do departamento de Matemática, avaliadores, são todos docentes da disciplina.
"Como podem avaliar um professor de Física, Química ou Informática quando cientificamente não tem nada a ver? Com a delegação de competências tenho professores de Educação Visual a avaliar professores de Educação Física", crítica a docente.
Maria Eduarda Carvalho acrescenta que a "grande maioria" dos docentes do agrupamento trabalha "muito mais" do que as 35 horas semanais e que alguns já estão a pensar abandonar a profissão.
"Este ano já se reformaram dois professores e outros dois estão a pensar pedir a reforma para o ano, ainda que com penalizações. O que me vale é que tenho um corpo docente jovem e sem tempo de serviço para o poder fazer", diz.
A presidente do Conselho Executivo sublinha ainda que a avaliação vai interferir com o "futuro e as vidas" dos professores, já que a classificação final influenciará o concurso de 2009, que vai ditar as colocações para os quatro anos seguintes.
"Não pode ser com uma avaliação leviana como esta", criticou a responsável, afirmando que, no seu caso, não se sente "preparada" nem "formada" para avaliar um docente de Educação Física, por exemplo: "Não sei avaliar se ele está a preparar bem as aulas".
Sublinhando que "os objectivos individuais e colectivos dos professores do agrupamento são ensinar os alunos e prepará-los para uma sólida construção de um projectos de vida", o conselho pedagógico aprovou no final de Setembro um outro documento, onde manifesta "repúdio" e "oposição" ao modelo do Ministério da Educação.
"A existência e o uso destes instrumentos de avaliação, ou de quaisquer outros baseados na mesma legislação, merecem o nosso repúdio e a nossa total oposição por serem não só inadequados como prejudiciais à nossa função de professores", lê-se numa declaração, igualmente enviada a Maria de Lurdes Rodrigues.
Segundo o Conselho Pedagógico, o Ministério da Educação, com as suas reformas, conseguiu "um efeito verdadeiramente subversivo". "Subverteu a essência do trabalho dos professores: em vez de estar a ser orientado para resolver os problemas dos alunos, ele centra-se, agora, nos problemas profissionais dos professores".
"Esperamos que este esforço não seja em vão e que, pelo menos, possa levar, no final deste ano lectivo, à revisão e alteração deste monstro aterrador que nascido do casamento entre a injustiça e o disparate só pode parir injustiças e disparates", lê-se.
... só não sei quem é o novo Almada!
Novo Manifesto Anti-Dantas...
Adaptação do Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros, poeta d'Orpheu, futurista e tudo..
MANIFESTO ANTI-MARIA DE LURDES
Basta pum basta!!!
Uma geração que consente deixar-se dominar por uma Maria de Lurdes é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!
Abaixo a geração Maria de Lurdes!
Corram com a Maria de Lurdes, corram! Pim!
Uma geração com uma Maria de Lurdes a cavalo é um burro impotente!
Uma geração com uma Maria de Lurdes ao leme é uma canoa em seco!
A Maria de Lurdes é meio demagoga!
A Maria de Lurdes é demagoga inteira!
A Maria de Lurdes saberá de sociologia, saberá estatística, saberá escrever sobre o estatuto dos engenheiros, saberá transformar uma anarquista numa ditadorazeca do terceiro mundo, saberá de tudo menos de educação que é a única coisa que se esperaria que ela soubesse!
A Maria de Lurdes pesca tanto de pedagogia que erigiu em fim principal da escola a ocupação dos tempos livres dos alunos ociosos, que transformou os professores em principal inimigo do Governo, que quis pôr o País inteiro contra os professores!
A Maria de Lurdes é uma habilidosa!
A Maria de Lurdes tem um trauma de infância contra os professores!
A Maria de Lurdes que foi professora primária esconde esta 'mácula' na sua biografia oficial. Sente vergonha de ter sido professora como quem tem vergonha da própria mãe. É uma vergonha!
A Maria de Lurdes transformou a pedagogia em demagogia!
A Maria de Lurdes manipula, tergiversa, mente e tenta colocar as escolas ao serviço dos interesses partidários!
A Maria de Lurdes quer destruir a escola pública!
Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!
A Maria de Lurdes fez um Estatuto da Carreira Docente que só poderia ter sido feito no Chile de Pinochet de onde o seu mestre anarquista, João Freire, o copiou mal e porcamente!
E a Maria de Lurdes teve claque! E a Maria de Lurdes teve palmas! E a Maria de Lurdes agradeceu!
A Maria de Lurdes é uma vergonha!
Não é preciso ir prá 5 de Outubro pra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!
Não é preciso disfarçar-se pra se ser salteador, basta extrorquir aos professores os seus direitos como a Maria de Lurdes faz! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem pedagógicos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões do eduques, com as
alucinações de um alumbrado como Valter Lemos! Basta usar o tal sorrisinho cínico, basta fazer aparência de muito d eli cada, e usar olhos meigos para os jornalistas! Basta ser Judas! Basta ser Maria de Lurdes!
Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!
A Maria de Lurdes nasceu para provar que nem todos os que governam sabem governar!
A Maria de Lurdes é um autómato que deita pra fora o que a gente já sabe o que vai sair..., bastando ter lido os textos alucinados daquela espécie de Menino do Lapedo fóssil que é Valter Lemos. Mas é preciso deitar mentiras, estatísticas manipuladas, dinheiro, prémios, livros e computadores para comprar os votos aos pais!
A Maria de Lurdes é uma doentia perturbação dela-própria!
A Maria de Lurdes em génio nem chega a pólvora seca e em competência é pim-pam-pum.
A Maria de Lurdes em poses eróticas no jornal Expresso é horrorosa!
A Maria de Lurdes tresanda a mentira e a demagogia!
Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!
A Maria de Lurdes é o escárnio da consciência!
Se a Maria de Lurdes é portuguesa eu quero ser do Chile, do país de onde importaram o Estatuto da Carreira Docente!
A Maria de Lurdes é a vergonha da intelectualidade portuguesa!
A Maria de Lurdes é a meta da decadência mental!
E ainda há uns propagandistas na comunicação social que não coram quando dizem admirar a Maria de Lurdes, quais Vitais Moreiras e outras lavadeiras das imundices da socratinada!
E ainda há quem lhe estenda a mão!
E quem lhe lave a imagem com campanhas de propaganda!
E quem tenha dó da Maria de Lurdes, imputando as culpas deste desastre ao inenarrável Valter Lemos!
E ainda há quem duvide que a Maria de Lurdes não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é int eli gente, nem decente, nem zero!
Continue a senhora Maria de Lurdes a governar assim que o País há-de ganhar muito com destruição das escolas públicas e há-de ver que ainda apanha uma estátua de cera no Museu dos Horrores e um monumento erecto por subscrição pública dos espanhóis que finalmente ao fim de oito séculos conseguirão destruir Portugal, e a Praça de Camões mudada em Praça Dr.ª Maria de Lurdes, e com festas da cidade plos aniversários, e sabonetes em conta Maria de Lurdes' e pasta Maria de Lurdes prós dentes, e graxa Maria de Lurdes prás botas e Niveína Maria de Lurdes,
e comprimidos Maria de Lurdes, e autoclismos Maria de Lurdes e Maria de Lurdes, Maria de Lurdes, Maria de Lurdes, Maria de Lurdes... E limonadas Maria de Lurdes-Magnésia.
E fique sabendo a Maria de Lurdes que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor de Os Lusíadas é a Maria de Lurdes que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões.
E fique sabendo a Maria de Lurdes que se todos fossem como eu, haveria tais munições de manguitos que levariam dois séculos a gastar.
Mas julgais que nisto se resume a pedagogia portuguesa? Não Mil vezes não!
Temos, além disto o Secretário de Estado Valter Lemos, outro iluminado vítima da Síndrome de Legiferação Compulsiva que, como ela, esquecendo a sua formação docente, vive obcecado em perseguir os professores e em
transformar os alunos num bando de ignorantes e insubordinados.
E há ainda a Directora Regional de Educação do Norte que, encarnado o espírito ditatorial de um engenheiro que não o é, se deleita a punir d eli tos de opinião e que proclamou ao mundo o direito inalienável dos alunos ao sucesso, mesmo que não saibam ler nem escrever nem contar. E há ainda o Director do GAVE especialista em fabricar exames nacionais
para atrasados mentais, para mostrar ao mundo a grande sabedoria dos alunos portugueses.
Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!
Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mas atrasado da Europa e de todo o Mundo! O país mais selvagem de todas as Áfricas! O exílio dos degredados e dos indiferentes! A África reclusa dos europeus! O entulho das desvantagens e dos sobejos!
Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!
Corram com a Maria de Lurdes, depressa, corram com ela! Pim!
Adaptado de José de Almada Negreiros
Poeta d'Orpheu
Futurista E Tudo
1915 (2008)
por um singelo Amante da Pátria Portuguesa indignado com a corja de bandidos e de incompetentes dirigidos pelo maior especialista em falsos diplomas que a história lusíada produziu…, seja o dele próprio sejam os das Novas Oportunidades que ele distribui a esmo, transformando milagrosamente ignorantes em letrados, cabulões em engenheiros de obras feitas, nulidades em políticos do mais alto coturno maquiavélico, cavalidades em sábios ministros e secretários de estado…
Parabéns ao autor... Via e-mail do Gil Castro.
PROFESSORES EXIGEM A REVOGAÇÃO DO "ECD do ME"
Os Professores e Educadores abaixo-assinados, exigem a revogação do actual estatuto da carreira docente – ECD do ME – imposto contra tudo e todos, na sequência de um processo aparentemente negocial, dada a quantidade de reuniões realizada, mas no qual o Ministério da Educação recusou alterar o que de mais negativo apresentou logo na primeira reunião: a fractura da carreira, um regime de avaliação do desempenho sem conteúdo pedagógico, a existência de uma prova de ingresso na profissão, uma carreira ainda mais longa. Um estatuto para o qual verteram, ainda, algumas das medidas mais negativas impostas no âmbito da Administração Pública, tais como o roubo do tempo de serviço ou o agravamento dos requisitos para a aposentação. Face a esta situação, os docentes exigem a revogação do ECD do ME e a aprovação de um ECD que dignifique e valorize a profissão docente. Um verdadeiro Estatuto que:
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Agrupamento aprovou moção interrompendo processo
Professores de Ourique contra modelo de avaliação
Os professores do Agrupamento de Ourique estão contra o actual modelo de avaliação do desempenho e aprovaram uma moção. Os docentes sugeriram a interrupção da avaliação até 30 de Outubro.
Os professores do Agrupamento de Ourique aprovaram uma moção, na segunda-feira, 29, e sugeriram a interrupção da aplicação do actual modelo de avaliação do desempenho, até 30 de Outubro, para que o Ministério da Educação possa dar resposta a um conjunto de dúvidas. A moção foi aprovada por maioria com 61 votos a favor, quatro abstenções e um voto contra.
Os docentes estão contra o actual modelo de avaliação e consideram que "a imposição de quotas para as menções de 'Excelente' e 'Muito Bom' desvirtua qualquer intuito de premiar os melhores professores". E acrescentam que "este modelo decorre de uma estrita preocupação economicista, uma vez que afasta do topo da carreira cerca de 75 por cento dos professores, independentemente dos seus conhecimentos e competências ".
Os professores de Ourique são a favor de "uma avaliação de desempenho justa, imparcial, exequível e indutora de melhores práticas docentes" e afirmam que, "nestes termo, o decreto n.º 2/2008 de 10 de Janeiro é mau". Contudo, dizem que "pior é, sem dúvida, o conjunto de 'fichas de avaliação do desempenho' destinadas à avaliação dos professores quer pelo presidente do conselho directivo, quer pelos coordenadores de departamento".
Para os docentes, "a obrigatoriedade em respeitar estas fichas, de modo a que possam medir desempenhos, torna impossível a concretização de qualquer avaliação que se queira objectiva". Por fim, lembra que "se a primeira responsabilidade dos professores é para com os seus alunos e se a sua principal tarefa é ensinar, estranho seria se os docentes do Agrupamento de Ourique aceitassem desviar a sua atenção e o seu desempenho para se focalizarem na operacionalização de ficha de avaliação que por defeito intrínseco não são possíveis de operacionalizar".
Este é mais um sinal de resistência de um conjunto de professores que reflecte bem o que nos vai, a todos, na alma.
Enquanto a dignidade nos orientar não haverá resignação entre os profissionais da educação que têm nas suas mãos a formação da sociedade de amanhã.
São exemplos assim que nos movem e não nos deixam baixar os braços.
Caminhar para Lisboa a 15 de Novembro deve servir, principalmente, para lembrar que os professores se mantêm em luta, que as reivindicações de 9 de Março não se resolveram com o "Memorando de Entendimento" e , acima de tudo, mostrar à opinião pública que, as piores consequências das medidas que directamente afectam todos os professores terão graves repercussões nos filhos de todos nós.
O 15 de Novembro não é de sindicatos, embora a sua ajuda nos seja preciosa, mas é, acima de tudo, de PROFESSORES INDIGNADOS que apelam à mobilização da sociedade da defesa de melhor e mais educação...
Sabemos que a resposta da senhora ministra será de indiferença e arrogância, mas a nossa mensagem de alerta ficará como testemunho do quanto discordamos desta política educativa pobre, controleira, um verdadeiro travão à inovação, à iniciativa e à criatividade dos professores e das escolas.
Todos seremos suficientes!
Para Lisboa e em FORÇA a 15 de Novembro.
(este para ...e em força já serviu outras causas menos nobres. Pode ser que sirva esta também, mas agora com dignidade)
Depois da Presidente do Conselho Científico para Avaliação dos Professores, é a vez dos professores avaliadores (nomeados) que começam a bater com a porta ...
Declaração do professor José Maria Cardoso, representante da Área Disciplinar de Geografia da Escola Secundária Alcaides de Faria – Barcelos
Esta e outras situações de demissão ou de suspensão do processo de avaliação começam a ser uma realidade que testemunham a angustia que se vive na profissão docente.
(...)
E os debates e reformas que ficam por fazer - e que fazem falta. São urgentes na requalificação do sistema educativo - o debate sobre a estrutura e os conteúdos curriculares que tirem a escola da esquizofrenia da multiplicação de disciplinas; a necessidade de criar equipas multidisciplinares de combate ao abandono e insucesso escolar – programas de tutoria que o ME recusa, ano após ano.
E quem vai às escolas por onde não passou a caravana governamental não vê festa. Pelo contrário.
Vê o clima de desmotivação dos professores, a multiplicação burocrática sem que finalidade útil. Vê o que aconteceu com a avaliação experimental dos professores contratados no ano passado - muitos nem conhecem a sua avaliação e voltaram a ser contratados, outros estiveram em escolas que deram classificação idêntica a todos, mas não voltaram a ser contratados... Uma farsa – a farsa deste modelo de avaliação de desempenho - que o ME se prepara para relançar de novo este ano, sem tirar qualquer lição do processo e das críticas ouvidas durante o ano passado. Vê os professores com 7, 8, 9 turmas, cerca de metade com mais de 100 alunos; a preparar aulas nos átrios das escolas, e pergunta onde está a festa, que aqui parece que ninguém foi convidado...
É tempo de parar a propaganda e assumir responsabilidades. A um ano de final de legislatura, as promessas do Partido Socialista para a escola pública perderam toda a credibilidade. Foram, vão sendo, sucessivamente sacrificadas para manter em funções a Ministra da Educação. Mas esqueceram pais, alunos e professores. Se não há alteração dramática neste rumo, por esta altura no próximo ano pais, alunos e professores farão a sua festa – mas aí já não convidam o Partido Socialista.
Via email do Gil Castro que já vai sendo um colaborador habitual. Obrigado .
No momento em que José Sócrates anunciava novos incentivos à maternidade, o Ministério das Finanças divulgava uma circular que limita o direito das mulheres a renovar contratos a prazo durante o período de gozo da licença de maternidade.
Por cá e por lá, a música é a mesma...
FENPROF tem agendados proptestos para segunda-feira
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) estima que possam ser entre 35 mil e 40 mil os docentes sem colocação este ano, tendo agendado acções de protesto para segunda-feira, dia em que mais professores "entram para o desemprego".
A Fenprof lançou hoje - quando está prevista a divulgação das listas de colocação de professores contratados - um comunicado a alertar para a "inaceitável dimensão do desemprego docente" e "crescente precariedade" no sector.
João Louceiro, coordenador nacional da Fenprof, sublinhou que "1 de Setembro é a data em que um maior número de professores entra, em simultâneo, na situação de desemprego", garantindo que a maioria dos docentes sem colocação este ano já exercia funções no ano passado.
Além dos desempregados, João Louceiro denunciou ainda a situação dos "milhares de colegas a trabalhar em precariedade absoluta". "Existem cerca de 15 mil professores que foram chamados para desenvolver o projecto de actividades de enriquecimento curricular do primeiro ciclo. A grande maioria dos professores destacados para este programa, que era uma bandeira política do Governo, está a exercer essas funções a recibos verdes, como sendo prestadores de serviços", criticou.
Segunda-feira a Fenprof vai denunciar a situação "em todo o país" através de acções à porta dos centros de emprego, onde serão distribuídos comunicados à população. Em Lisboa, a acção decorrerá em frente à Loja do Cidadão das Laranjeiras.
O Prémio de Mérito Ministério da Educação é instituído com o objectivo de distinguir, em cada escola, o melhor aluno do ensino secundário dos cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais ou tecnológicos.
O programa e-escola vai ser alargado aos alunos do 1.º ciclo, com a designação de e-escolinha, permitindo o acesso, já no próximo ano lectivo, a 500 mil computadores portáteis vocacionados para crianças dos 6 aos 11 anos.
O Ministério da Educação vai oferecer um livro a todos os 115 mil alunos do 1.º ano de escolaridade, no início do próximo ano lectivo, numa iniciativa que pretende assinalar o início da vida escolar dos alunos, incentivando, desde cedo, o gosto pela leitura.
O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade.
O circo está armado! O primeiro-ministro e o ME preparam-se para o arranque do próximo ano lectivo com a maior campanha mediática alguma vez realizada no país, de limpeza da opinião pública.
Que significado poderá ter esta política de facilidade aparente, quando a miséria é o prato mais servido na mesa das famílias portuguesas?
Que legitimidade tem um governo para se impor às decisões dos pais, no que diz respeito aos princípios educativos e de vida que cada família pretende passar aos seus filhos?
Das crianças dos 6 aos 11 anos é esperado que aprendam a escrever com o lápis e a caneta e que desenvolvam o gosto pela escrita. É esperado que despertem para a leitura e descubram o prazer de ler uma bela história num livrinho colorido.
Os brinquedos, é esperado que lhos sejam dados pelos pais, como presentes...
E livros... As famílias portuguesas já não podem comprar um livro para os seus filhos!!
Tanta generosidade do senhor primeiro-ministro!!!
Porque será que a opção das ofertas não recaiu sobre os manuais escolares?
Será porque não compram as cabecinhas dos alunos?
Será porque a Intel, a Vodafone ou a TMN são parceiros económicos mais apetecíveis e generosos?
Vejo nesta medidas uma mega operação de propaganda e de ataque aos professores e às famílias que, mais uma vez, foram ignorados. Sua Ex.cia decide e executa.
Num ano lectivo que sabemos se prevê de forte contestação da classe docente, esta limpeza da opinião pública só pode ser mera coincidência.
Aos professores resta esperar, calma e sabiamente, que este circo comece a revelar o quanto tem de nefasto e insane.
Não se educam gerações de crianças e jovens com políticas de "prendas" que têm por objectivo corromper mentalidades e comprar consciências. A educação é um processo sério, difícil e longo que se constrói dia a dia, com persistência e rigor e com quem está , em cada instante, ao lado das crianças e dos jovens. Esses são os professores e as famílias.
Privados recebem verba do Estado
O Ministério da Educação (ME) transferiu para estabelecimentos de ensino particular e cooperativo e instituições sociais quase 177 milhões de euros nos últimos seis meses. Feitas as contas, mensalmente os encargos do ministério com colégios privados e instituições particulares ascendem aos 29,5 milhões de euros, numa política contestada pelos sindicatos.
Os valores relativos às transferências efectuadas pela tutela no 2.º semestre de 2006 foram publicados em Diário da República no dia 6. Os contratos de associação, fonte de receitas essencial que garante aos colégios privados elevados apoios financeiros para pagamento de professores e profissionais de apoio ou pessoal não docente, recebem a maior fatia. Tais contratos permitem que alunos carenciados possam frequentar gratuitamente os estabelecimentos de ensino privado.
Apesar de nem todas as direcções regionais de Educação discriminarem o destino das verbas transferidas, o certo é que o valor pago serve igualmente para garantir os contratos de desenvolvimento e cooperação, cobrir as despesas com a generalização do ensino do Inglês no 1.º Ciclo, manter verbas para contratos de patrocínio, despesas com residências de estudantes, bolsas de mérito, acção social escolar e gastos com manutenção dos refeitórios.
A Direcção Regional de Educação de Lisboa transferiu para os estabelecimentos da sua área 63 203 637,54 euros enquanto a Direcção Regional de Educação do Norte fez pagamentos no valor de 49 329 909,47 euros. Dos dez estabelecimentos de ensino privado que receberam maior apoio do Estado cinco pertencem à região de Lisboa, quatro à zona de Porto e Braga e só um pertence à região centro.
A crescente entrega de verbas pelo Estado ao ensino particular é contestada pela Federação Nacional de Professores (Fenprof). Mário Nogueira, secretário-geral desta estrutura sindical, sublinha que “enquanto são aplicados cortes no investimento público cresce o investimento no ensino privado com a ocorrência de algumas ilegalidades”.
O professor indica que uma situação contestada é o Colégio de São Martinho, em Coimbra, que está a menos de quatro quilómetros de duas escolas públicas e é financiado pelo Estado.
Mário Nogueira acrescenta que, com o encerramento de milhares de escolas do Ensino Básico, “surge uma política de dois pesos e duas medidas em que há estabelecimentos particulares de ensino, cujas verbas aumentam mais de cem por cento ao ano”.
ESCOLAS DE RESULTADOS FRACOS
Nem sempre uma maior transferência de verbas para o ensino privado é sinal de bons resultados no final do ano lectivo. Das dez escolas privadas que receberão as transferências mais elevadas do ministério, só duas ficaram nos cem primeiros lugares do ranking das melhores escolas do País, elaborado pelo CM em 2006 no seguimento dos resultados nos exames nacionais.
Apesar de o Colégio São João de Brito, em Lisboa, ter alcançado o primeiro lugar na tabela CM e de por si só ter recebido verbas no valor de 899 mil euros, o certo é que as transferências estão bem longe dos 13 milhões recebidos pelo Colégio Miramar, de Mafra. Em 599 escolas contabilizadas, cinco estão acima do 200.º lugar e situam-se entre as escolas menos bem avaliadas dos seus distritos: Colégio Santa Maria de Lamas (205.º), Escola Salesiana de Manique (208.º), Instituto Educativo D. João V (322.º), Escola Cooperativa Vale S. Cosme (402.º) e Didáxis Soc. Cooperativa de Ensino (424.º).
REGIÃO SUL RECEBE MENOS DINHEIRO
A região Sul do País foi a mais penalizada na hora de fazer as contas: no total, para o Algarve e Alentejo apenas foram transferidos 5 092 118,35 euros, 12 vezes menos das verbas transferidas só para a Direcção Regional de Educação de Lisboa. Aliás, o Algarve, para onde foram encaminhados 1,260 milhões de euros, recebeu o mesmo montante transferido para uma única escola de várias regiões mais a norte.
Além disso, o Alentejo só tem uma instituição a receber mais de um milhão de euros (Colégio Nossa Senhora da Graça – 1 422 660). No Algarve, nenhuma das instituições de ensino ou sociais recebe verbas acima desse montante. O valor mais elevado foi recebido pela Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, com 114 496,81 euros.
OS DEZ MAIS
1- Colégio Miramar (Mafra), 13 458 888,14 euros
2- Colégio Liceal Santa Maria de Lamas (Feira), 4 976 306,32 euros
3- Didáxis Soc. Coop. de Ensino (2 filiais Famalicão), 4 456 932,14 euros
4- Externato de Penafirme (Torres Vedras), 4 041 899,14 euros
5- Externato Cooperativo da Benedita (Alcobaça), 3 737 326,54 euros
6- Escola Cooperativa Vale S. Cosme (Famalicão), 3 559 313,23 euros
7- Escola Salesiana de Manique (Cascais), 3 434 207,64 euros
8- Alfacoop Coop. Ensino de Alvito (Braga), 3 276 677,47 euros
9- Externato João Alberto Faria (Arruda dos Vinhos), 3 135 527,05 euros
10- Instituto Educativo D. João V (Pombal), 966 857,99 euros
NÚMEROS
176 923 608,339 euros foi o total de verbas transferido pelo ME para colégios e instituições privados durante o segundo semestre de 2006.
63 203 637,54 euros foi o valor encaminhado pela tutela para as escolas da Direcção Regional de Educação de Lisboa.
157 400 euros foi o valor que a Know How, empresa da escritora Maria João Lopo de Carvalho, recebeu para o ensino de Inglês.
1 260 017,35 euros foi o valor atribuído pelo ministério às instituições sociais e escolas da região algarvia, a menos afectada pelas verbas.
Ílhavo, 24 de Março de 2008
Segunda carta aberta à Sra. Ministra da Educação
Senhora Ministra da Educação
Excelência:
Há dias, uma jornalista tentava relacionar o acontecido na Escola Carolina Michaelis (se fosse viva morreria de vergonha…) com o Estatuto do Aluno e V. Ex.ª perguntava-lhe se o facto de haver um Código da Estrada impedia que houvesse acidentes de automóvel. A jornalista não lhe respondeu mas vou responder-lhe eu.
1. É evidente que o Código da Estrada não impede os acidentes de automóvel se os instruendos puderem faltar às aulas desse código e se no fim obtiverem a carta sem esforço. É evidente que não impede se os instruendos puderem faltar ao respeito ao instrutor porque no fim ele vai ter de o aprovar para não prejudicar as estatísticas.
2. V. Ex.ª é muito esperta mas parece não ter a inteligência suficiente para se aperceber da situação incontrolável que criou desrespeitando, humilhando e atirando para cima dos professores as culpas de tudo o que está mal nas escolas.
Mais uma vez V. Ex.ª não tem uma palavra para dizer aos alunos e suas famílias como parte interessada no problema. A culpa, segundo o governo, é sempre dos professores e todos os outros estão inocentes e imaculados. V. Ex.ª continua a dar carapau a um chefe de cozinha e a exigir-lhe que prepare lagosta suada para o jantar. E percebe-se facilmente porquê: porque o que interessa é desmoralizar os professores e diminuí-los aos olhos do povo para depois se lhes poder pagar pouco e não permitir que progridam na carreira. "Não merecem!, Não fazem nada!, Nem os nossos filhos conseguem educar!"
3. "Força, Ministra!", continue a desculpar despudoradamente os alunos e as suas famílias e estará a criar uma geração que, para além de ignorante, não respeitará ninguém no autocarro, na rua, no trabalho, em casa. "Força, Ministra!", continue a hostilizar os professores se acha que foi desmoralizando os seus soldados que os generais ganharam batalhas. "Força, Ministra!", continue surda aos gritos de "a velha vai cair, altamente!" e, em breve, as salas de aula passarão do circo actual para coliseus onde os professores serão imolados para gáudio de alguns adolescentes imbecilizados por telenovelas e publicidade idiotas. "Força, Ministra!", continue a dizer que a Oposição está a fazer aproveitamento político da situação e um dia estará mais só e indefesa do que a Professora de Francês mas nesse dia não conte comigo para lhe estender a mão.
Neste momento V. Ex.ª lembra-me um pastor perdido na serra a quem as ovelhas há muito não respeitam. A seu lado só tem os cães mas esses não fazem parte do rebanho…
Grato pela atenção
Domingos Freire Cardoso
Há sempre quem tenha mais que razão...
Incrível...
O modelo de Avaliação de Desempenho dos Professores que o Ministério da Educação exibe, como baluarte do seu mandato, foi integralmente copiado do Modelo de Avaliação do Chile. A grande diferença é que, na tradução para português, não constam os descritores dos parâmetros. Pela leitura do documento original, parece evidente que os descritores constituem um dos aspectos fundamentais deste modelo.
Para MLR, isso não interessa nada!
Outro aspecto importante, que no Chile perceberam, prende-se com a aplicação faseada do modelo:
"El Seminario Internacional sobre evaluación y calidad de la educación que convocó el Ministerio de Educación en mayo del 2001, permitió un aprendizaje muy significativo en este ámbito. Destacados académicos de Estados Unidos, Gran Bretaña y Cuba mostraron el estado del saber internacional sobre evaluación y dejaron en claro que la instalación de sistemas como el que se quiere en Chile es un proceso lento, que consta de varias etapas. Por otra parte, el Seminario dejó en claro la mportancia central de los criterios e indicadores de desempeño en estos procesos y, en consecuencia, las tres instituciones estuvieron de acuerdo en la mportancia de dar prioridad a un proceso participativo de generación y legitimación del Marco, aunque esto requiere mucho más tiempo que su simple elaboración en alguna oficina técnica. Se acordó, al mismo tiempo, un cronograma que ha incluido la realización de experiencias piloto de evaluación y la elaboración definitiva del Sistema Nacional de Evaluación del Desempeño Profesional Docente, en cuatro comunas en el año 2002, y el inicio de la aplicación del sistema, en setenta y cuatro comunas en el segundo semestre del año 2003, para continuar vanzando en los años siguientes hacia su aplicación generalizada en todas las comunas y todos los niveles de la educación municipal."
Enfim...antes o Ministério da Educação do Chile!
EI-LA!! A VERSÃO ORIGINAL!!!
São cada vez mais as escolas que fazem reflectir a vontade expressa pelos 100 mil docentes na "Marcha de 8 de Março".
Com algum respeito pela ordem democrática, os professores foram manifestando as suas posições esperando ser ouvidos... todas as tentativas tiveram como resposta, apenas, insultos.
A senhora ministra afirma, cinicamente, que o número de manifestantes em Lisboa, no dia 8 de Março, "não é relevante".
O senhor primeiro-ministro, refere «era o que faltava se se governasse segundo o grau das satisfações».
No Comício de apoteose e apologias de si próprio, no Porto, consegue fazer algo de verdadeiramente extraordinário, um balanço recheado de méritos, orgulho e satisfação. Consegue não encontrar nada que mereça uma reflexão sobre o futuro do país. Penso que se esqueceu de usar a expressão de Luís XIV - "L'état c'est moi! - e, de seguida, em português que o seu francês também deve deixar muito a desejar, - "O futuro sou eu"!
Cumpre-se assim a orientação do porta-voz do PS («...como fizemos muitas coisas bem, não podemos perder tempo com aquilo que fizemos mal»!)
Como refere José Gil, na Visão de 20 de Março, há na orientação governativa do primeiro- ministro e da ministra da educação uma linha orientadora " A teimosia como princípio" que conduz a um afastamento da realidade.
"Leva à convicção de que só há uma razão - A RAZÃO DO CHEFE: AS SUAS RAZÕES SÃO A RAZÃO";
"Uma só via - NÃO HÁ ALTERNATIVAS";
"Um só mundo - O MUNDO SONHADO DA EFECTIVAÇÃO DA POLÍTICA ÚNICA".
Perante a visão distorcida do exercício do poder e da Democracia, que orientam a acção do primeiro-ministro e da ministra da educação, às escolas sobra o poder de reiterar a convicção dos professores, no direito a uma política educativa que dignifique a escola, os alunos e o país.
A rejeição das providências cautelares de pouco ou nada vale, se a resposta de todas as escolas for a mesma que a dos Agrupamentos de Escolas de Montemor-o-Velho, os 20 Agrupamentos e escolas Secundárias do distrito de Coimbra e muitas mais que já suspenderam ou pretendem suspender, o processo de avaliação.
Mais uma vez... A. Drago em acção... ou ação... como queiram!
Tendo analisado a posição do Ministério da Educação, anunciada em conferência de imprensa realizada após as reuniões com a Plataforma Sindical e com o Conselho de Escolas, a comissão instaladora da APEDE conclúiu que:
Resolução do Departamento de Humanidades da Escola .......................................
12 de Março de 2008-03-12
O Departamento de Humanidades, na sua reunião ordinária de 12 de Março, após discussão referente ao processo de avaliação de Desempenho dos Professores, redigiu o seguinte documento, aprovado por unanimidade:
- Atendendo a que as recomendações sobre a elaboração e aprovação, pelos Conselhos Pedagógicos, de instrumentos de registo normalizados, previstos no Decreto de Avaliação do Desempenho, emanadas pela Senhora Presidente do Conselho Científico de Avaliação dos Professores, se encontram, neste momento, suspensos por providência cautelar intentada, a 8.Fevereiro.2008, pelo Sindicato dos Professores do Norte,
- Considerando que, até ao momento, não há notícia de provimento a eventuais recursos interpostos pelo ME,
- Desconhecendo qualquer documento legal que legitime a constituição de apenas quatro departamentos curriculares para efeitos de avaliação,
- Divergindo profundamente dos critérios que regulamentaram o primeiro concurso de acesso a professor titular, contemplando essencialmente os cargos ocupados nos últimos sete anos, que deixaram de fora professores com um vasto currículo e trabalho produzido na escola ao longo de muitos anos de carreira,
- Tendo em conta que alguns professores deste departamento estão na estranha situação de uma liderança bicéfala, ao pertencerem, simultaneamente, a este departamento e a um outro para efeitos de avaliação, cujo representante legítimo não tem assento legal no Conselho Pedagógico,
- Afirmando que o processo de avaliação, pelo excesso de procedimentos burocráticos, pelo momento em que foi instituído, pelo não conhecimento atempado de todos os requisitos legais e procedimentais indispensáveis para o concretizar, tornam a avaliação inexequível,
- Acentuando a inexistência de preparação adequada dos professores avaliadores para garantirem uma avaliação justa, objectiva e tecnicamente rigorosa,
- Sublinhando que aos professores avaliadores é pedido que avaliem, em muitos casos, dezenas de professores, sem que para o efeito haja disponibilidade de horário ou concessão de horas em número suficiente,
Consideram ainda
- Que o DR 2/2008 regulamenta um Estatuto da Carreira Docente no qual os professores não se revêem, ao fragmentar a carreira única, de um modo artificial, em duas carreiras,
- Que não há mérito nem excelência suficiente que permita ao docente chegar ao topo da carreira, quando ela está praticamente vedada a dois terços dos professores, traduzindo a perspectiva de futuro profissional numa ilusão,
- Que a exigência de 50% da formação na área disciplinar, pela ausência de oferta no Centros de Formação, obriga os professores a pagarem do seu bolso essa formação,
- Que o referido Estatuto pune qualquer excelência, bem como a dignidade das pessoas, por faltas a funerais de familiares, idas a tribunal, reuniões escolares dos filhos e várias outras situações,
- Que pune os professores quando os alunos ou os pais dos alunos decidem, bem ou mal, que chegou a hora de abandonar a escola,
- Que transforma a avaliação numa competição excessiva pelas quotas e depois exige que os docentes sejam avaliados pelo trabalho cooperativo,
- Que avalia os professores pelos resultados dos alunos, criando uma situação de perversidade e de uma previsível mentira no sucesso educativo num espaço, que é a escola, que deve ser um espaço de verdade, quando
a) é de senso comum o conhecimento que os resultados dos alunos avaliam os alunos, não os professores,
b) é impossível aferir com rigor e justiça o contributo do professor na classificação final do aluno,
c) é arbitrário e injusto fazer essa aferição pelos resultados dos anos anteriores ou pelo progresso dos alunos, responsabilizando o professor por aquilo de que não pode ser responsabilizado,
d) não o é menos, fazendo-o pelo resultados da avaliação externa, dada a discrepância de aproveitamento que há entre os diversos alunos,
e) é perverso porque pode e irá, seguramente, criar situações de classificações inflacionadas,
f) é ilegal porque o docente não pode ser responsabilizado individualmente pela classificação, caso assim fosse desrespeitaria o Despacho Normativo 1 de 2005 que diz: "Artigo 31 - A decisão quanto à avaliação final do aluno é da competência: b) Do conselho de turma sob proposta do(s) professor(es) de cada disciplinar/área curricular não disciplinar, nos 2ºe 3º ciclos."; bem como o Despacho Normativo 10/2004, de 2 de Março, que regula a avaliação no ensino secundário, "capítulo II, nº 3.5 – A decisão final quanto à classificação a atribuir é da competência do Conselho de Turma, que, para o efeito, aprecia a proposta apresentada por cada professor, as informações justificativas da mesma e a situação global do aluno."
Delibera
Não participar na realização dos instrumentos de registos normalizados por entender, pelo que foi dito antes, não estarem reunidas as condições mínimas para a execução de uma avaliação justa e dignificadora do ofício docente,
Exigir que o Conselho Pedagógico pondere a suspensão de todo o processo de avaliação até estarem reunidas essas condições,
Propor, aos órgãos competentes da escola, a convocação de uma reunião geral de professores para discutir esta questão,
Arrogar-se o direito de divulgar publicamente esta resolução para que outras escolas e as suas instâncias decisórias assumam também a responsabilidade de tomar em suas mãos um processo que, como diz povo, se "nasce torto tarde ou nunca se endireita".
Em nome dos professores que integram este Departamento,
A coordenadora,
......................................
Via e-mail
Depois da Marcha da Indignação, o PS marcou um comício, para o próximo sábado, para comemorar os três anos de Governo.
In, Sol
É compreensível que o senhor primeiro-ministro queira comemorar...
- o descalabro na saúde e os múltiplos nascimentos nas ambulâncias;
- o aumento do desemprego e a miséria das famílias;
- as inúmeras crianças que têm como única refeição, decente, do dia, a que a escola lhes proporciona;
- a diminuição do poder de compra e o endividamento das famílias;
- os 100 mil professores em protesto nas ruas de Lisboa;
- a greve do pessoal não docente marcada para a próxima sexta-feira;
(...).
É legitimo que todas estas vitórias sejam comemoradas com uma grande festa.
Os professores não pretendem ofuscar tal "brilho" e, longe das nossas mentes pensarmos que se trata de uma tentativa de mostrar a força dos socialistas!
Apesar de Vital Moreira ter deixado clara a sua discordância no blogue Causa Nostra, "«Não vejo que vantagem pode ter visto o PS num comício nesta altura, que só pode ser visto (…) como resposta à contestação do Governo na rua», e de Manuel Alegre ter deixado o alerta esta semana, no Correio da Manhã, «A uma manifestação destas [Marcha da Indignação] só se responde se se tiver força para fazer algo semelhante».
Os professores não pretendem estar presentes. O que tínhamos para mostrar (indignação) já foi feito e com muita dignidade. Por outro lado, podiamos ser confundidos e arrolados como apoiantes... com a falta deles e com a comunicação social dominada da forma que todos conhecemos, nunca se sabe...
Tenham uma grande festa. Merecem!
Caros colegas,
Mudei radicalmente os métodos de avaliação. Sempre fui caracterizado como um professor inovador e bom seguidor de bons exemplos e boas práticas.
Por essa razão resolvi aplicar uma nova forma de avaliar os alunos.
Resolvi dar a oportunidade ao aluno mais velho, mais tarimbado e mais experiente da turma, de fazer a avaliação dos seus colegas. O perfil do avaliador terá que passar pela maior experiência da frequência desse ano de escolaridade, quantos mais anos tiver de retenção mais experiência terá nesse nível. Teria, no mínimo, de possuir um ano de frequência nesse ano para ser o titular do cargo. Os alunos que nunca tiveram uma retenção estariam fora do acesso ao cargo.
As avaliações quantitativas dos anos anteriores não serão tidas em conta, bem como os percursos escolares.
Desta forma, com esta delegação de funções fico com tempo para a elaboração dos relatórios e participar nas reuniões que me esperam e toda a burocracia que os acompanha.
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